quinta-feira, janeiro 05, 2006

Alunos e professores

Ontem houve reunião do Senado da Universidade de Coimbra e veio à baila o assunto dos estudantes que vão ter de sair porque não têm capacidade financeira para continuar a estudar.
Atrás desse tópico veio a questão do rendimento escolar e do aproveitamento de vinte e poucos dos quase 160 alunos em causa.
Ora, em conversas de café eu já tinha debatido a questão do (fraco) aproveitamento escolar e da enorme quantidade quando se falava nas prescrições.
Ora, se queremos correr com os estudantes do ensino superior porque as notas ou não são famosas ou simplesmente nem são positivas, é preciso analisar a situação de uma forma mais global e abrangente.
Porque é que os estudantes chumbam ou tiram notas baixas? Só porque não estudam? Porque querem borga e vão para a noite? Porque perdem tempo com actividades extra-curriculares?
Na minha óptica há aqui dois problemas.
Em primeiro lugar, a responsabilidade não é única e somente dos alunos. Há professores maus, há professores que não sabem ou não querem dar aulas, professores fracos e sem capacidades pedagógicas para leccionar, há professores que apenas estão no ensino para poderem continuar com os seus projectos de investigação na Universidade, há horários mal elaborados, com aulas mal distribuídas e dias com aulas de manhã à noite e tardes com aulas a começar apenas às 18horas, há falta de materiar de apoio...
E depois, eu não vejo que a Universidade seja a Vida. É suposto viver os três, quatro ou cinco anos de um curso unicamente para os estudos? Abdicar do resto das componentes da nossa vivência para nos dedicarmos aos livros? Que raio de vida desequilibrada é esta que nos propõem? E onde é que uma pessoa que passa o tempo nas aulas e agarrada aos livros ou outros instrumentos necessários para obter o canudo vai ter habilitações para ter um emprego no mundo real?
Grandes alunos podem dar grandes especialistas teóricos em áreas específicas. Para darem bons professores precisam de ter formação pedagógica. E não vejo que seja possível serem bons profissionais sem uma boa dose de prática, prática essa que contempla obstáculos que não estão escritos em manual nenhum.
Mas isso dá muito trabalho!
Avaliar os alunos não custa, não dá trabalho chumbar o estudante e depois dar-lhe um pontapé no rabo para fora do ensino superior - cada vez mais elitista - mas quando se trata de avaliar os docentes...bem...aí é já mais complicado, até porque quando se avaliam eles protestam e dizem que quem os avalia não foi justo ou estava sujeito a condicionantes. E quem disse que os professores são justos quando avaliam um aluno?

FOI PROFUNDO!

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Dispenso...

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Eu não pretendo estar certo, pretendo observar e pretendo fazê-lo de uma forma atenta e crítica...de uma forma dispensável.

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