quinta-feira, março 22, 2007

Queres levar chapadas?

A última noite de sábado foi pródiga em episódios caricatos.
Antes de entrar em casa a fome apertou.
Eu e os meus três camaradas de noitada fomos às bombas de gasolinas mais próximas de minha casa para trincar alguma coisa.
Chegados ao guichê, pedimos cada um na sua vez e fomos desde logo interpelados por dois jovens de belíssimo aspecto e condizente expressão verbal.
"Arranja-me um euro.", disse o mais baixinho munido de um bonito piercing no lábio.


Foi ignorado pelo Guedes, o primeiro e mais esfomeado.
"Anda lá, dá aí um euro."
"Não tenho" disse o Guedes sem usar o teu típico olhar insolente.
A cantilena continuou, agora com um verso novo: "porque é que não dás? eu tou a ver aí moedas."
Seguiu-se o meu irmão. Pediu e foi ouvindo o "dá-me um euro" do jovem.


Dei as moedas que tinha ao meu irmão e disse para pedir o mesmo para mim.
"Tou a ver-te a moedas ao bolso" levou como resposta do meu irmão um "Um euro? Tu pedes um euro como se não fosse nada" acompanhado de um esboçar de sorriso.
Já com as sandes a serem abocanhadas atravessámos a estrada e os dois rapazotes foram no nosso encalço. Sugeri que ficássemos um pouco numa paragem de autocarro perto do prédio.
Eles juntaram-se.
Aí começou o espectáculo de "stand-up comedy".
"Vocês merecem chapada."
"São mesmo betinhos."
"Querem levar chapada?"
Já que não estava a ter resposta, diz para os quatro do grupo: "Até me dá vontade de tirar a mão do bolso para vos dar chapada!"
Não consegui evitar uma gargalhada e o rufia, do alto do seu quase metro e setenta perguntou-me "tu aí! queres levar chapada?"
A minha resposta foi seca, disse que tinha 10 cêntimos e tinha sono e fome e não lhe íamos dar euro nenhum. (Tentativas de nos armarmos em maus ou em heróis quando não sabemos o que vai no bolso dos desconhecidos não são recomendáveis)
Aí, para gáudio dos presentes, o anão pedinte pegou no seu Nokia N70 e disse que ia chamar os amigos.


O meu irmão riu alto "bem! tu tás a pedir um euro e tens um maquinão desses? ganda lata!"
O mocinho deu a entender que não estava a conseguir ligar aos imensos amigos que possívelmente o iriam ajudar a "dar chapada" e o meu irmão decidiu ir pra casa.
Seguimos o meu irmão mas acabei por voltar a sair do prédio para tirar o carro da rua e meter o "bólide" em segurança na garagem, não tivessem eles visto que tínhamos saído dele e decidir cobrar o euro com riscos na pintura.
Ao sair do lugar e ir em direcção às traseiras do prédio ouço o Guedes exclamar: "olha! os gajos estão a tentar arrombar aquela carrinha!". A carrinha em questão era uma daquelas carrinhas frigoríficas e os dois "macacos" estavam pendurados nela a tentar forçar as fechaduras!

Findo o episódio fomos para casa dormir, cada um na sua cama ou sofá.
Uma bela noite, muito rica em experiências invulgares!


FOI PROFUNDO!




3 comentários:

Cusco disse...

n referiste.. mas eu adorei o promenor das meias por cima das calças.. mto bom! sóçe

Anónimo disse...

Bom... tou a ver que tiveram uma típica noite surral dos arredores de Lx! Chuuulos...

Anónimo disse...

Tu merecias era levar chapada!... lol...

Dispenso...

Porque tudo o que é dito é dispensável...
Porque tudo o que é escrito é dispensável...

Este é um blog onde se fala a sério e se brinca.
Quem não goste de ironia ou sarcasmo que feche esta página rapidamente!
Aqui ninguém tem razão.
Eu não pretendo estar certo, pretendo observar e pretendo fazê-lo de uma forma atenta e crítica...de uma forma dispensável.

Dispenso...um blog dispensável.

pessoas já dispensaram um tempinho para dar uma espreitadela