Assim não sei

O vídeo acima é um pouco absurdo mas serve perfeitamente para o meu propósito.
Neste momento e a poucos dias do referendo, temos dez partidos políticos e 21 movimentos cívicos a participar na campanha do referendo à despenalização do aborto. Os partidos e movimentos preveêm gastar um total de 2,3 milhões de euros, de acordo com os orçamentos apresentados à Comissão Nacional de Eleições e divulgados pela agência Lusa.
Olhando apenas para os movimentos cívicos, a Plataforma «Não obrigada» apresenta um orçamento de 427.735 euros de despesas, 90% dos quais oriundos de donativos e o restante da venda de material de campanha. Só para «outdoors» este movimento reservou 363 mil euros.
«Em movimento pelo sim», com 80 mil euros, «Jovens pelo sim», com 19 mil, «Médicos pela escolha», com 13.750 e «Movimento e responsabilidade pelo Sim». Com 262.710 euros são os restantes grupos com orçamento aprovado.
11 orçamentos que foram devolvidos para correcção de deficiências, dez relativos a movimentos e um de um partido.

Além do dinheiro gasto, há algo que me dá uma certa vontade de rir.
Aos olhos dos mais desatentos, pode pensar-se que o NÃO está mais forte, uma vez que tem um maior número de movimentos (16) que o SIM (5), no entanto o que se verifica é que a concentração de apoiantes do SIM em apenas 5 movimentos reflecte uma maior unidade.
No caso do NÃO, o número mais elevado de movimentos cívicos indica claramente dois pontos importantes.
Em primeiro lugar, a divisão. Nem todos os apoiantes do NÃO partilham o mesmo ponto de vista.
Em segundo, a sede de protagonismo. Há movimentos, tal como no SIM, que mesmo tendo as mesmas orientações específicas, apenas existem em separado pois quem os encabeça quer mostrar-se, quer estar na ribalta, quer ser o centro das atenções.
Enfraquece-se o movimento, fortalece-se a imagem...

FOI PROFUNDO!