"(...)O problema é que a generalidade das redacções (num movimento contrário ao ciclo profissionalizante das mais poderosas fontes de informação) deixou de garantir a preservação do papel essencial do jornalista, porque isso só se consegue com recursos humanos qualificados e em número suficiente, com gente motivada e boas condições de trabalho, com chefias, editores e directores de indiscutível mérito e experiência acumulada, com gente capaz de impor critérios editoriais aos ditames do marketing e das relações públicas, com estruturas intermédias fortes e actuantes, com um sector de agenda atento, determinante e valorizado, com administrações que saibam conciliar o compreensível desejo de lucro com a especificidade de uma área de negócio que não vende um produto qualquer.De outro modo, com redacções vulnerabilizadas e a serem literalmente invadidas por jovens jornalistas dispostos a trabalhar quase de graça, até Manuel Maria Carrilho corre o risco de vir a ter alguma razão."
por Luis Costa, Jornalista - "Público" 01 Jun 06
Não imagino quem seja o senhor Luis Costa mas já conquistou um cantinho no meu coração.
No texto, que não está aqui na totalidade, ele foca aspectos importantes, como o das fontes, apenas para dar um exemplo, mas conclui a apontar o dedo para os jovens jornalistas, descritos quase como mercenários incompetentes e responsáveis pelo suposto futuro negro do jornalismo em Portugal.
A imagem que coloquei não foi escolhida ao acaso, pretende apontar o dedo àqueles que são os jornalistas da "velha guarda", os bons jornalistas, aqueles que dão um toque de "qualidade", não só em 24Horas, Correio da Manhã, O Crime, TVI, e outros, mas também em meios de comunicação social menos sensacionalistas, e que, por diversas (e não poucas) vezes, nos presenteiam com lições de competência, ética e de respeito pelo Código Deontológico.
São estes os jornalistas que, comparativamente com os mais jovens, mostram o que deve ser feito aos "mercenários" sem talento.
Sim, estamos de volta com o preconceito.
Será o renascer da Geração-X?
Ou será uma critíca à exploração movida pelas grandes empresas, aproveitando a falta de emprego para quase escravizar os jovens que saem para o mercado de trabalho?
Espero sinceramente que seja esta última...
FOI PROFUNDO!
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