Aviso: quem não gosta do politicamente incorrecto não deve ler o texto que se segue.
Escolhi pegar em três grupos que pregam a igualdade: mulheres, deficientes (ou como quiserem chamar) e pretos (não são pessoas de côr, não são laranja, nem rôxo nem nada que se pareça).
Devo dizer, logo para começar, que não se trata de uma generalização total, só pretendo focar o texto numa parcela, aquela parcela que tem comportamentos com os quais eu não concordo.
Comecemos pelas mulheres e pelo seu desejo por serem tratadas de forma igual aos homens. Então porque ainda permanece a distinção entre trabalhos para mulheres e para homens? E não me refiro aos cargos de direcção, refiro-me ao trabalho pesado. Alguém viu alguma pedreira ou alguma trolha? Alguém viu alguma mulher do gás? (a jovem modelo do anúncio da GALP não conta)
E porque é que as mulheres reclamam que são vistas como objectos sexuais e depois usam tops decotados com se lêem bonitas expressões como "sexy", "doll", "sex machine", "hot" e coisas do género? Porque é que tiram fotos ao espelho da casa de banho em lingerie e as espetam como foto de perfil do hi5? Porque é que metem aquelas tretas brilhantes no peito para chamar a atenção?
Porque é que querem ser tratadas com igualdade e depois se queixam que hoje em dia não há cavalheiros? O cavalheirismo é um sinal de diferenciação! O homem tem de puxar a cadeira para a menina se sentar, tem que abrir a porta para a menina entrar...
Igualdade...o tanas!
E os pretos? (eu sei, a expressão parece racista. Mas não é nem eu o sou)
Queixam-se de serem tratados de forma desigual e de serem colocados de parte.
Ainda me lembro do antigo bar da Associação Académica de Coimbra, onde havia o canto dos guinienses, o canto dos são tomenses, o canto dos cabo-verdianos, o canto dos angolanos, onde se juntavam, por sua própria vontade e iniciativa, ficando isolados no seu pequeno gueto.
E critico isto porque tenho amigos de vários PALOP que não se ralam com a côr ou nacionalidade. Inclusivamente, conheci há uns anos um moçambicano, o Emílio, com quem passei uma viagem inteira a trocar anedotas supostamente racistas. E rimos a bandeiras despregadas.
E mais, os mesmos que se queixam de falta de igualdade são aqueles que entram na faculdade com estatuto especial, que são filhos de diplomatas e que vivem numa redoma, isolados dos "pulas".
Agora o mais complicado.
Os deficientes.
Mas alguém acredita que pode haver uma igualdade de tratamento? Acham que todos podem desempenhar as mesmas funções?
O facto dos edifícios terem de contemplar estruturas adequadas para pessoas com deficiências motoras, a existência de sinalização sonora para os cegos, livros e brochuras em braille para os cegos, legendas para os surdos; tudo isso aponta para que tenha de haver um tratamento diferenciado. Diferente é o antónimo de igual. E este tratamento diferenciado é realista!
Agora, o que não se pode fazer é tratar os deficientes como coitadinhos.
E dou-vos dois exemplos.
A minha colega de curso Ana Morais. Cega. Fez o curso como qualquer outra pessoa mas precisava dos livros em braille e fazia os exames numa sala diferente. E isso fazia dela uma pessoa diferente? Sim. E não. Ela convivia e continua a conviver com toda a gente sem se passar por coitadinha. Aliás, durante as praxes ouvi-a dizer "vamos jogar à cabra cega! eu sou a cabra!". E nas aulas, virava-se para os professores e dizia: "ó professor, não estou a ver nadinha!".
Uma miúda excelente.
E o Paulo?
Um rapaz que já teve direito a reportagem na SportTv e na SIC porque não tem pernas nem braços.
Mas esse rapaz, que não tem pernas nem braços, conduz, joga futebol (spider style!), escreve, fuma...leva uma vida normal. Acho que só o vi pedir ajuda para descer escadas e é porque as próteses não dão jeito nenhum.
E foi esse mesmo rapaz que, numa mesa do bar da faculdade, se vira para os presentes e diz: "vou contar-vos uma anedota. era uma vez um gajo sem pernas nem braços...".
Tipo fantástico!
Vi-o há pouco tempo por Lisboa com a namorada e agora está num curso de actor e aparece em telenovelas.
E nunca o vi a fazer-se de coitadinho.
Mulheres que se queixam que se um homem não as deixam passar à frente e o chamam de mal-educado; pretos que se queixam que, só porque alguém é menos lesto a resolver alguma coisa, ou porque lhes dão um encontrão na noite, ou faz algo que lhes desagrade, é logo racismo; ou deficientes que reclamam prioridade nas filas... Isso é incorrecto.
Não tem nada a ver com igualdade ou diferenciação...tem a ver com ser tratado com mordomias e privilégios.
Finalizando, quero abordar o tema das quotas.
Quotas para mulheres no parlamento, quotas para pretos no ensino superior (isto existe no Brasil), são algo que me choca e algo do mais redutor que pode existir para alguém.
Já alguém ouviu falar em mérito próprio?
As mulheres vêem vedado o acesso a lugares de destaque? Cada vez menos isso acontece, é uma questão dos tempos e vai sendo resolvida, principalmente pela demonstração de capacidades superiores por parte de várias mulheres. As quotas podem servir para meter gente incapaz em lugares que não merecem só com base no género/sexo.
E as quotas no ensino superior?
Dizia-me um colega que estas surgiram porque as "minorias" (que bela expressão) normalmente têm menos possibiliades e não podem ir para colégios caros, ao contrário dos brancos ricos que compram as notas.
Belo argumento. Isso não acontece só aos pretos! Acontece a brancos pobres! Tentar ter direitos extra com base na côr é triste e, mais uma vez, redutor.
"Todos diferentes, todos iguais".
Esta foi uma expressão bonita que eu gostava de actualizar.
Que tal "todos iguais apesar das diferenças"?
Espero que tenha ficado bem explícito que pretendo apontar o dedo a quem pretende servir-se das suas diferenças para exigir uma igualdade falsa que não é mais do que usar uma característica particular para ter direito a favorecimentos.
FOI PROFUNDO!
quinta-feira, junho 19, 2008
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Dispenso...
Porque tudo o que é dito é dispensável...
Porque tudo o que é escrito é dispensável...
Este é um blog onde se fala a sério e se brinca.
Quem não goste de ironia ou sarcasmo que feche esta página rapidamente!
Aqui ninguém tem razão.
Eu não pretendo estar certo, pretendo observar e pretendo fazê-lo de uma forma atenta e crítica...de uma forma dispensável.
Dispenso...um blog dispensável.
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Eu não pretendo estar certo, pretendo observar e pretendo fazê-lo de uma forma atenta e crítica...de uma forma dispensável.
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1 comentário:
É isso mesmo. Nada como colocar a verdade diante dos olhos, sem nos escondermos atrás de falsas moralidades. Nunca haveremos de ser todos iguais, e deveríamos sentir-nos felizes por isso. Mas enquanto imperar o coitadismo, nada feito!
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