segunda-feira, junho 09, 2008

24 horas de má qualidadezinha

Muitas vezes dou por mim a perguntar aos meus botões: "porque é que eu resolvi ser jornalista?".
Não porque não goste da profissão, mas porque vejo televisão, ouço rádio, abro jornais, vejo páginas de internet de órgãos de comunicação e fico desgostoso.
Mas foi isto que ensinaram a alguém?
Porque é que não há um jornalista rico que monte um órgão de comunicação e o ponha a trabalhar como deve ser? Quer dizer, se for rico deve preferir os lucros à qualidade...mas isso são pormenores.


Ora bem, estava eu a passear na feira do livro quando uma amiga me diz que gostava muito dos livros do José Rodrigues dos Santos. Acredito. Dizia-me ela que se notava que o pivot da RTP tinha feito uma pesquisa excelente. Também acredito.


A questão, para mim, é: como é que um jornalista com a responsabilidade do JRS tem tempo para fazer pesquisa e escrever um romance? E dois?

É que há sempre um lado que sai a perder e isso vê-se quando comete algumas gafes (ver post sobre "martinfer") típicas de quem não faz o "trabalho de casa" bem feito.


Mas passemos para outra estação.

Recordo os noticiarios da SIC apresentados por Rodrigo Guedes de Carvalho. Recordo especialmente como ele se preparava para os apresentar. Todos a trabalhar para ele e o RGC a passear ou sentado de pernas esticadas e pés em cima da secretária. Maravilha!
E outra... Marta Atalaia, apresentadora do Opinião Pública, que apresentava o programa depois de ter três pessoas a preparar um dossiê, perguntas e a trabalhar para ela...enquanto a senhora falava ao telefone ou andava não sei por onde. Preparar o tema? Para quê?

Talvez tenha sido azar e eu os tenha apanhado em dias maus.


Eu da TVI nem queria falar. O Júlio Magalhães já viu melhores dias e a Manuela Moura Guedes...bem, a Manuela Moura Guedes na gala da TVI a falar sobre o que é o bom jornalismo é o mesmo que o Hitler usar a Estrela de David.


Nos jornais o panorama nem está assim tão mau. Leio meia dúzia deles todos os dias, incluindo 24 Horas, Global, Metro e Destak.

Não se pode exigir muito dos últimos três mas sempre se podia pedir que tivessem um pouco mais de cuidado e qualidade no que escrevem.


O 24 Horas é uma aberração. Leio-o pela mesma razão que lia a revista Super Interessante.
É um "freak show".

Começa logo com uma anormalidade que assina como Gracinha de Sousa Botelho, que tem como objectivo na vida ler e dissecar tudo o que o Correio da Manhã diz. Pouco mais.
Só o nome, Gracinha, mete dó e é sintomático dos distúrbios de quem escreve.


Pelo meio, muita notícia que não o é.
É porreiro saber que o filho do Jorge Sampaio andou a correr, não é? E que não sei quem andou às compras não sei onde. E que fulano saiu à noite, que cicrano tem um casaco novo e beltrano não se chateou com a ex-namorada, ao contrário do que o 24Horas tinha dito anteriormente.


A finalizar, a coluna de Carlos Castro.
Tenho pena que, com tanto acelera que há em Lisboa, ainda nenhum tenha chocado de frente com o senhor. De preferência um transporte público...podia ser amarelo...e podia ser daqueles articulados...
Que triste que o homem é! (eu também não devo ser muito alegre, se não nem o lia).
É amigo de todos, conhece todos, sabe de tudo e prevê tudo!
E afirma-se jornalista!


Agora percebem porque me pergunto o porquê de ter decidido ser jornalista?
Isto está crítico!




FOI PROFUNDO!

Sem comentários:

Dispenso...

Porque tudo o que é dito é dispensável...
Porque tudo o que é escrito é dispensável...

Este é um blog onde se fala a sério e se brinca.
Quem não goste de ironia ou sarcasmo que feche esta página rapidamente!
Aqui ninguém tem razão.
Eu não pretendo estar certo, pretendo observar e pretendo fazê-lo de uma forma atenta e crítica...de uma forma dispensável.

Dispenso...um blog dispensável.

pessoas já dispensaram um tempinho para dar uma espreitadela