sexta-feira, fevereiro 09, 2007

A crise quando nasce não é para todos

É cada vez mais ouvida a expressão "temos que apertar o cinto" ou "Os portugueses têm de fazer mais um esforço" ou mesmo "é preciso fazer alguns sacrifícios".
Isso é sinónimo de aumentos nos preços da electricidade e água, das taxas de juro, do preço dos combustíveis...
Agora, alguém me explica como é que os bancos têm lucros cada vez maiores ou como é que a PT tem cada vez mais dinheiro para nadar?




Lucros de bancos privados escapam à crise económica

Resultados das instituições financeiras no ano passado disparam face aos valores de 2004 Dinheiro gerado daria para pagar duas novas pontes como a Vasco da Gama

Os quatro maiores bancos privados a operar em Portugal registaram um crescimento médio dos lucros de 37%, no ano passado. A soma dos resultados líquidos das instituições financeiras ascende a 1,6 mil milhões de euros.
Ontem, foi a vez do banco Santander divulgar os resultados de 2005, à semelhança do que já haviam feito os outros bancos. E, seguindo a tendência do sector, o banco registou um crescimento de 26,8%.
Se, por mera e absurda hipótese académica, subisse ao poder um Governo que nacionalizasse a banca, à semelhança do que Vasco Gonçalves fez no pós-25 de Abril, o que poderia ser feito? Caso se optasse pela redistribuição pura e simples daquela riqueza, pela totalidade dos portugueses, cada residente do país receberia 154 euros.
Se a prioridade fosse para os transportes, o Governo poderia optar pela compra de 12 Boeing de longo-curso, pelo pagamento de metade do novo aeroporto da Ota, pela construção de duas novas pontes semelhantes à Vasco da Gama ou pelo pagamento das SCUT durante quase dois anos e meio.
Se houvesse uma crise energética, 1,6 mil milhões de euros poderiam assegurar o pagamento das importações de petróleo durante mais de três meses, tomando como referência o preço médio do barril em 2005.
Se a prioridade fosse a saúde, os lucros dos quatro maiores bancos dariam para pagar os custos de construção e exploração de três hospitais semelhantes ao que vai ser construído em Cascais, com capacidade de 250 camas, durante os próximos 30 anos.
Caso prevalecesse uma visão assistencialista, 1,6 mil milhões de euros dariam para pagar a totalidade dos subsídios de desemprego do país, durante este ano, segundo as previsões do Orçamento de Estado. Os lucros poderiam também assegurar o pagamento das pensões de velhice durante quase sete anos.
Segundo exercício os 1,6 mil milhões vão parar às mãos de um único privado, que ganharia nove vezes um jackpot do Euromilhões semelhante ao da semana passada. Opções não faltariam. O milionário poderia optar por comprar mil Ferraris FXX (apesar de a marca italiana só estar a programar uma produção de 20 unidades deste superdesportivo).
Ou poderia comprar quase uma rua inteira na zona mais rica de Manhattan, Nova Iorque, nos EUA em Upper East Side, onde as melhores mansões rondam os 25 milhões de euros, seria possível adquirir 65 residências de luxo. Mas o mais certo é que o multimilionário pusesse o dinheiro no banco.

Duas realidades diferentes

O aumento dos lucros do banco Santander Totta, e da banca em geral, contrastam com o desempenho da economia portuguesa, que, em 2005, cresceu apenas 0,2%. António Horta Osório, presidente-executivo do Santander, explica que a evolução positiva decorre do crescimento do volume de crédito a empresas e à habitação e da oferta de produtos de valor acrescentado. O gestor sublinha o facto de o banco ter conseguido manter os custos "sensivelmente estáveis" e o risco de crédito controlado. No início da semana, o presidente do BCP, Paulo Teixeira Pinto, já havia referido que o bom desempenho da banca estava ligada à competitividade do sector, que estaria entre os melhores da Europa. Contactado pelo JN, o economista Eugénio Rosa justifica a discrepância entre o país e a banca pelo facto, "já apontado pelo Banco de Portugal, de as instituições financeiras apostarem sobretudo em negócios com pouco risco e não no sector produtivo".

(Jornal de Negócios, 7 de Fevereiro de 2007)


Sonae não garante pagamento dos dividendos de 2006 da PT


A Portugal Telecom vai propor na assembleia geral de accionistas pagar um dividendo de 0,475 euros por acção referente ao exercício de 2006, um valor igual ao pago no ano passado. No entanto, este valor não está garantido caso a OPA da Sonaecom tenha sucesso.

A Portugal Telecom vai propor na assembleia geral de accionistas pagar um dividendo de 0,475 euros por acção referente ao exercício de 2006, um valor igual ao pago no ano passado. No entanto, este valor não está garantido caso a OPA da Sonaecom tenha sucesso.
Fonte da administração da Sonaecom disse ao Jornal de Negócios que a Portugal Telecom apresentou "resultados não auditados e, por isso, não terá qualquer valor formal". A mesma fonte acrescenta que "qualquer proposta que seja feita hoje [ontem] terá de ser submetida a uma assembleia geral". No caso de sucesso da oferta, "a assembleia geral de accionistas terá mais de metade dos votos que são da Sonaecom".
A Sonaecom comunicou à CMVM em Novembro do ano passado que caso a OPA que lançou sobre a PT em Fevereiro de 2006 venha a ser bem sucedida não irá distribuir dividendos aos seus accionistas, durante cinco ou mais anos. Quando questionado se a proposta de dividendos aplica-se também à remuneração ordinária relativa ao exercício de 2006, a mesma fonte afirma que "tudo aponta nesse sentido. O dividendo não é uma certeza.
Hoje qualquer proposta que a Sonaecom faça são com base em contas não auditadas e por isso não tem valor".
Na apresentação de resultados, a PT justificou a manutenção do dividendo com o facto da empresa ter um plano de distribuição de dividendos plurianual. O aumento da remuneração dos accionistas faz aliás parte da estratégia de defesa da Portugal Telecom em relação à OPA da Sonaecom.

(Jornal de Negócios, 10 de Fevereiro de 2007)
FOI PROFUNDO!

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Eu não pretendo estar certo, pretendo observar e pretendo fazê-lo de uma forma atenta e crítica...de uma forma dispensável.

Dispenso...um blog dispensável.

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