sexta-feira, outubro 14, 2005

Religião de novo

Não, não ando num período espiritual, não acredito em Deus, duvido dele…o que só por si significa que não invalido a existência do que vulgarmente se chama “um ser supremo” ou “ente divino” e bla bla bla. Ora, o que sucede é que eu também duvidava que o Benfica fosse campeão…eu sei, eu sei, nestas coisas de religião não há árbitros, mas há certas religiões onde se pode comprar um lugar no céu, portanto a lógica não está muito desfasada.
Não pretendo discutir a existência de Deus, apenas reflectir sobre o que são e o que rodeia os fundamentalismos e tudo o que é ou feito “porque Deus assim quis, quer ou queria”.
Comecemos pelas Cruzadas. De um lado, cristãos, do outro, muçulmanos, o mesmo Deus mas com nomes diferentes ou deuses diferentes, ditando leis para os seus fiéis seguirem. Fura aqui, espeta ali, degola acolá, decepa mais além, cuidado que aquele ainda mexe e está feita a vontade de Deus. No caso de ser o mesmo deus, imagino um cenário onde uma criança, comandando os seus soldadinhos de plástico, movimenta um lado e o outro até serem horas do lanche…aí os que ficarem de pé ficaram e os que caíram ficam por lá, pelo menos até lhe apetecer brincar de novo.
Mas vamos voltar ao futebol. Imagine-se um Pinto da Costa a comandar dois clubes. Melhor ainda: um Luís Filipe Vieira, acaba por ser mais realista. Alverca e Benfica a lutar para o título – sim, eu sei que era suposto ser mais realista – e para ver quem tem mais adeptos. Isto faz-me recordar que o Benfica tem seis milhões de adeptos…sim…especialmente se contarem com aqueles rapazinhos q também usam uma camisola vermelha com o patrocínio da Vodafone e gostam de ver os jogos em Old Trafford. Resumindo, um líder que manda os seus súbditos para se trucidarem uns contra os outros.
Depois, temos os maluquinhos – com todo o respeito que eles merecem – que usam roupas armadilhadas e se mandam pelos ares em lugares cheios de gente. Deve ser aquele velho espírito de solidariedade e partilha. Ou não. No fundo eles querem ficar na História, querem ser recordados. Bem, aqui em Portugal temos o Big Brother e outros programas parecidos e não é preciso ninguém rebentar-se para ficar nos anais – desculpem a palavrinha de sentido ambíguo.
“Foi Deus que lhes disse”. Ou esse “Rapaz” – com letra maiúscula porque estamos a falar de Deus – fala uma língua esquisita ou os mártires não o entendem bem. E, já agora, se todos dessem a vida por Deus, quem ficaria aqui?
Este Deus deve ser um grande maluco que tem como desporto rebentar com um pessoal de vez em quando. Mais uma vez volto às crianças. Estão a ver aquele miúdo que prende um insecto com uma pinça e depois o vai queimando com uma lupa que está apontada para o sol? Pois…
No fundo, o objectivo maior é não deixar tanta gente no mundo, assim são menos bocas para alimentar e, afinal, a comida já escasseia. É o chamado controlo demográfico. Se calhar Deus não é sádico, é um gestor.
Recorrendo de novo ao futebol, estou a ver a imagem do futebolista que entra em campo e se benze, que levanta as mãos para o céu quando marca golo ou quando faz uma defesa. Foi pela graça de Deus – de tanto ouvir falar na graça de Deus começo a pensar que as minhas teorias anteriores falharam e ele só pode ser um comediante. Então e quando falha o golo ou não consegue defender a bola? Não devia insultar Deus? Ou a mãe dele. – ora aqui está algo que eu nunca ouvi debater. Será que Deus tem mãe? E Pai? E de onde é que ele veio? – Claro que não, isso é exclusivo para os homens do apito. Além do mais, estes gajos são todos uns inúteis e só conseguem fazer alguma coisa quando Deus decide ser bonzinho. E quanto mais bonzinho o Senhor for com eles, mais fácil fica para eles conseguirem um bom contracto e, assim, ganharem uns bons cobres. Sendo assim acho que lhe deviam dar uma boa comissão.
Deus e Dinheiro. Os dois d’s que movem o mundo…além da resultante das forças que mantêm o planeta a girar em torno de si e à volta do Sol. Teoricamente, a religião tem a ver com o espiritual. Jesus Cristo, diz-se, renunciou aos bens materiais. Os seus seguidores é que decidiram optar pelo “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”. Basta olhar para a sumptuosidade das igrejas, estátuas e pinturas…e para a caixinha de esmolas. È a hipocrisia da religião. E não é só no Cristianismo, nem vou pelo absurdo de analisar seitas como a IURD. Os templos muçulmanos não ficam muito atrás. São construções megalómanas para os fervorosos árabes adorarem o seu Alah em oração.
Parece-me que no meio disto tudo só se safam os budistas. E não confundam com os bundistas, aqueles anormais que fazem a oração da bunda, aquelas almas que assinaram o atestado de ignorância que a TVI e o João Kléber resolveram passar aos portugueses. Os homens do “gordinho careca” vivem sem luxo, sem bens materiais, cultivam o corpo e a mente e não chateiam ninguém. Segundo sei, os únicos confrontos em que se envolveram foi com os chineses e foi porque estes queriam que o Tibete fizesse parte da China. Quanto à morte, Buda nem gosta disso, condenando até quem mata o mais minúsculo bichinho.

FOI PROFUNDO!

Sem comentários:

Dispenso...

Porque tudo o que é dito é dispensável...
Porque tudo o que é escrito é dispensável...

Este é um blog onde se fala a sério e se brinca.
Quem não goste de ironia ou sarcasmo que feche esta página rapidamente!
Aqui ninguém tem razão.
Eu não pretendo estar certo, pretendo observar e pretendo fazê-lo de uma forma atenta e crítica...de uma forma dispensável.

Dispenso...um blog dispensável.

pessoas já dispensaram um tempinho para dar uma espreitadela