terça-feira, dezembro 01, 2009

MST: versão Velho do Restelo

O meu profundo amor e admiração por Miguel Sousa Tavares conhece um novo capítulo.
Não só continua a partilhar a sua visão parcial, redutora e generalizante, como gosta de ser mais papista que o Papa, juntando a isso o velho hábito de cuspir no prato onde come.

MST é aquele senhor que não tem nada de se queixar mas queixa-se na mesma.
É um menino da mamã, copinho de leite, que tem emprego garantido porque é mau e rancoroso e tem a mamã famosa, a quem dão tempo de antena porque é tendencioso e diz umas larachas polémicas (e todos sabemos que o polémico vende.

Volto hoje a fazer algo que não faço há muito tempo. Vou pegar num textinho que me chegou por email e vou comentando.

Miguel Sousa Tavares - Sublime! (Leitura obrigatória)
(Começamos logo pelo rótulo “Sublime” e a recomendação “leitura obrigatória” que me dão a saber que há quem aprecie e que talvez eu seja realmente um ET por não gostar ou concordar com as visões e opiniões de MST).
Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira (Olha! A amiga estrangeira não tem nome? Vá, diz lá. Chama-se Maité. Aquela que indignou tanta gente porque disse umas coisas terríveis sobre Portugal e a sua História e porque “cuspiu” num monumento nacional. Todos sabemos que isso de não saber História de Portugal e cuspir em todo o lado é exclusivo de quem cá nasceu!); quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
- É sempre assim, esta auto-estrada?
- Assim, como?
- Deserta, magnífica, sem trânsito?
- É, é sempre assim.
(Ficamos a saber que o MST costuma fazer muitas vezes o percurso referido. Provavelmente tem de ganhar a vida a conduzir camiões de mercadorias espanhóis)
- Todos os dias?
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
(e assim sabemos que o MST conduz o seu camião até ao domingo. Alguém tem de meter comida na mesa lá em casa!)
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
(É uma boa explicação. Mais ou menos semelhante àquela que darão ao facto do MST ser um comentador de actualidade e de desporto em órgãos de comunicação nacionais. Porque afinal há dinheiro para esbanjar. Contratar quem procura emprego é complicado porque não há dinheiro, mas pagar a certas pessoas para irem dar o bitaite já tem orçamento disponível)
- E têm mais auto-estradas destas?
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.
(O MST dedica-se à observação na área dos transportes, deslocando-se ao Brasil para aferir o número de quilómetros de auto-estradas existentes num país de referência no que diz respeito a vias terrestres. Ó MST, a viagem de autocarro entre Salvador e o Vila Velha(ES) oferece umas fantásticas horas de passeio em caminhos de cabras. Possivelmente algo a reter e a recomendar.)
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
- Porque assim não pagam portagem.
- E porque são quase todos espanhóis?
- Vêm trazer-nos comida.
(Claro. Todos os camiões espanhóis trazem comida. Aliás, pelo MST ficamos a saber que os camionistas espanhóis se dedicam exclusivamente à exportação de alimentos. Pelo menos para Portugal. Também há uns que transportam outros produtos mas seguem para a fronteira com França.)
- Mas vocês não têm agricultura?
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
(Claro. Diria mesmo que conheço alguns mineiros na aldeia dos meus avós. Sim, porque em Portugal não há agricultura. Mas há extracção de minérios raros como a cenoura e o nabo ou a cebola. Também há alguns apicultores lá na aldeia, só que não tendo abelhas tratam dos olivais, dos pomares, dos pinhais, das vinhas…)
- Mas para os espanhóis é?
- Pelos vistos... Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
- Mas porque não investem antes no comboio?
- Investimos, mas não resultou.
- Não resultou, como?
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
- Mas porquê?
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
(Pano para mangas! Ora, obviamente que o MST tinha de embirrar com o restaurante e com o facto de não se poder fumar. Foi ele que, há uns tempinhos, disse que incomodava mais uma criança a fazer barulho num restaurante do que o fumo do tabaco. Ah! E que os pais dele só o levaram a um restaurante quando ele tinha 13 anos. Se o MST é apologista de Quioto e do comboio, porque foi ele passear de carro? Não me digam que o senhor MST quando vai fazer turismo tem medo de não apanhar internet no comboio! Por acaso fiquei curioso com este conhecimento todo do MST à volta dos comboios portugueses. Ele sabe de camiões, de estradas, de comboios…onde vai ele buscar tempo para comentar futebol e actualidade ou para escrever magníficos romances?)
- E gastaram nisso uma fortuna?
- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
- Estás a brincar comigo!
- Não, estou a falar a sério!
- E o que fizeram a esses incompetentes?
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
(Claro que o MST faz sempre análise inteligentes. Custava-lhe muito dizer que ainda se andava a debater o trajecto do TGV porque havia uma série de exigências parvas. Como o MST é pouco dado a sensacionalismos e a empolar factos, resolveu pegar numa série de propostas sem sentido, juntou-as e apresentou-as como se fossem não apenas uma proposta como a proposta final e aquilo que se vai fazer.)
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
- Isso mesmo.
- E como entra em Lisboa?
- Por uma nova ponte que vão fazer.
- Uma ponte ferroviária?
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
(O MST andou em boas escolas e percebe imenso sobre tudo mas nunca lhe explicaram que uma subida, quando é feita no sentido oposto é uma descida, da mesma forma que a mesma ponte por onde se entra também pode ser usada para sair. O MST passa muito tempo em engarrafamentos no seu camião de mercadorias espanhol e a andar de coimboio, nunca reparou como é caótico o transito para entrar ou sair de Lisboa pela 25 de Abril ou pela Vasco da Gama. )
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros! (isto diz a “amiga estrangeira” do MST que não mora em Lisboa mas conseguiu fazer uma análise apurada do trânsito da capital. Quando se anda com um génio dá para estas coisas. Ficou contaminada pela capacidade imensa de observação, análise e interpretação do MST.)
- Pois é.
- E, então?
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta... - Não, não vai ter.
(Nem passageiros nem motorista! E talvez também não tenha carruagens! Talvez seja como a A6, um fantasmas! Um comboio fantasmaaaaaaaa MWAHHHAHHHAHH! Olha MST, uma boa ideia para um livro! Com sorte ainda dá uma telenovela da TVI e depois pode ir fazer o papel de familiar de uma das personagens… Agora um pouco mais a sério, aquilo que tem dominado as conversas sobre a importância do TGV nem têm sido os passageiros mas as mercadorias. Provavelmente o MST está com medo de perder o emprego de camionista.)
- Não vai? Então, vai ser uma ruína!
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
(Claro. Porque o MST deve andar a ouvir e a ler algo diferente do que eu e talvez mais uns malucos lemos. TGV importante para transporte de pessoas e bens de e para Portugal. Que ele discutisse se entram mais ou saem mais, ainda admitia, mas o MST prefere ficar pelos exemplos tristes para dar uma imagem do país que consegue ser pior do que a real. É o caos, o drama, o horror! MST em versão Artur Albarran.)
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
- E vocês não despedem o Governo?
(Sim, claro. É que no país da “amiga estrangeira” despedem os governos. Segundo me lembro há o caso de Fernando Collor de Mello, mas esse chegou a Presidente e resolveu que ele e a família tinham de enriquecer às custas do cargo e meteu-se num sem número de vigarices que acabou com o conhecido Impeachment. Aqui em Portugal não há nada a esse nível, embora ninguém viva na ilusão de que os nossos políticos, gestores e empresários são uns santinhos. O nosso pior lobo é um cordeirinho no país da “amiga estrangeira” do MST.)
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade. Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo.
Até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa. - Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
- Não me pareceu nada...
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
(Ena pá! As coisas que eu aprendo com o MST! Temos vários aeroportos? Aposto que devem estar nos terrenos onde agora não há agricultura! Eu só conheço 3 aeroportos em Portugal continental, o de Lisboa, o do Porto e o de Faro, mas pode estar a escapar-me algum que tenham feito em cima de alguma árvore e eu por vezes tenho dificuldades em ver para sítios mais altos que eu. Eu e os Aeroportos de Portugal, que também ainda não foram informados pelo MST da existência desses vários aeroportos.E também acho que faz sentido o que diz o MST. Ir de Coimbra a Faro para apanhar uma low cost é um mimo de ideia! Ou ir de Vila Real a Faro, isso sim, seria genial! Ou de Beja ao Porto! Ou, então estava a pensar em Ponta Delgada, Santa Maria, Horta ou Flores, podendo ainda escolher Funchal, Porto Santo, Faial ou Pico. Isso então era uma ideia iluminada! Aliás, os estrangeiros que vêm a Portugal, seja de férias ou de negócios iam adorar ir parar ao meio do oceano e depois podia escolher vir de avião (porque as viagens entre o continente e as regiões insulares são uma pechincha!) ou de barquinho.)
- E tu acreditas nisso?
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
- Um lago enorme! Extraordinário!
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
- Ena! Deve produzir energia para meio país!
- Praticamente zero.
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
(Este homem é um compêndio! Desde quando é que alguém bebe água de um rio ou de uma barragem??? Será que o discurso do MST se deve a andar a beber água de rios e riachos e outros cursos de água onde só quadrúpedes e aves costumam matar a sede? Será que ele tem conhecimento dos tratamentos a que a água que lhe sai da torneira é sujeita antes de chegar a casa do MST? É verdade que a água foi dada como tóxica, contendo pesticidas e insecticidas, mas será que ele sabe que esses produtos químicos são aplicados em diversos vegetais que nós ingerimos? E será que ele sabe que quando chegam à nossa cozinha estão em condições de serem consumidos?)
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
(Esta explicação é magnífica! Eu até acho que devia ser colocada em postais e ser vendida aos turistas! Portugal: o país onde não há agricultura, onde a agricultura não tem futuro, onde já não tinha e onde não pode haver agricultura por causa da água, seja por falta ou por excesso desta.)
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.
(Mais uma explicação parva do MST. Presumo que o MST seja contra o turismo e contra o investimento em unidades que atraiam o turismo estrangeiro. Provavelmente o MST acredita que não temos mesmo agricultura e que seria a agricultura o grande gerador de riqueza! O facto de termos um país com um bom clima não é suficiente para atrair o turismo e o capital estrangeiro. É preciso haver condições. Não é porque não aprecio golfe que acho que não deve haver um investimento em empreendimentos do género. Há quem goste e normalmente são pessoas ricas que deixam aqui neste jardim à beira mar plantado uns “trocos” que ajudam a economia nacional. Às tantas o MST acha que, tal como temos vários aeroportos, também devemos ter milhares de campos de golfe pelo país…)
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.
(Portanto, fomos doidos quando conseguimos a independência, quando andámos à traulitada com um exército mais poderoso para mantermos o território e a autonomia, fomos doidos quando um doido de um rei mandou plantar um pinhal imenso que depois serviu para fazer umas embarcações e meter lá uns doidos que, por acaso, “trouxeram novos mundos ao mundo”; assim como fomos doidos quando explorámos as riquezas dos países onde fomos parar e depois as esbanjámos para mostrar ao mundo a nossa grandeza; assim como depois fomos doidos ao nos metermos numa união de países europeus que nos obriga a não produzir leite, a não ir para a pesca e a estragar colheitas agrícolas mas nos dá dinheiro para os projectos mais megalómanos e inúteis… MST, já fomos pequeninos e raçudos e nisso fomos grandes e por isso surgiu Portugal; depois voltámos a ser grandes, mesmo enormes quando nos metemos nos Descobrimentos, fomos grandes e ficámos ricos. Mas como sempre isso não chegava, foi preciso mostrar ao mundo. Então resolvemos estoirar tudo. Hoje em dia, o país que em tempos foi uma grande potência mundial, aproveita os dinheiros da Europa para fazer a maior ponte, a maior barragem… Temos o péssimo hábito de acharmos que neste cantinho de terra é preciso fazer coisas enormes para mostrarmos o que valemos. Se somos doidos ou ricos? Somos e seremos um povo condicionado pela sua vaidade e pela ânsia de dar nas vistas.)
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!
(que observação inteligente! Por norma as pessoas quando vão conhecer outros países costumam achar muito agradável passear nas auto-estradas. Deve ser por isso que o Brasil não tem turistas… quase não tem auto-estradas.)

Devo dizer que, por um lado, acredito que esta conversa tenha existido, por outro, cheira-me a MST armado em Leonor Pinhão, aproveitando uma eventual conversa para depois lhe meter mais uns pozinhos e destilar o veneno do costume e dissertar à volta de um diálogo que só existiu na sua mente.

O MST tem a sorte de viver num país onde têm a sua opinião em conta, onde compram os seus livros, onde discutem os seus pontos de vista, onde é alguém considerado. Em vez de aproveitar o facto de ser ouvido e lido para dizer e escrever algo que se aproveite, algo de construtivo, resolve a cada palavra fazer mais sangue.

O país não está bom mas não está tão mal como o MST o pintou, não é calamidade que o MST descreveu.
O MST e a comunicação social preferem fintar as suas responsabilidades e agarrar-se com unhas e dentes ao verdadeiro motivo do mau serviço que andam a prestar: dinheiro.
Os jornais têm de vender, as televisões têm de ser rentáveis e, por isso, contratam MST e afins para mandarem o seu bitaite. Mesmo sabendo que muito dos se diz e escreve não vale nada, continuam a dar-lhes tempo de antena pois sabem que a polémica vende mais.

Da mesma forma que umas alarvidades ditas pelo MST são motivo de conversa durante dias ou semanas, também os escândalos lançados irresponsavelmente pela comunicação social portuguesa só contribuem para o clima de suspeição e desconfiança que se vive.
Para quando se tomarão medidas CONCRETAS? Para quando serão sancionados os agentes da justiça que são responsáveis pelas fugas ao segredo de justiça? Para quando serão criadas regras que impeçam os jornalistas de continuar a servirem de megafone de boatos a eles transmitidos por irresponsáveis? Para quando a criação de uma real consciência nas redacções que impeça o jornalismo mercenário que temos visto ultimamente que passa por cima de tudo e de todos sem olhar às mais fundamentais regras como a apuração da veracidade dos factos? Porque é que os jornalistas continuam a confiar em fontes “envenenadas”? Porque é que temos jornais, rádios e televisões com notícias de destaque perfeitamente contraditórias num curto espaço de tempo como fosse normal? Como é que a comunicação social portuguesa se desdiz quase de um dia para o outro e todos assobiam para o lado?

FOI PROFUNDO(?)

Política para quê? Políticos para quê?

Apetece-me começar este texto como o Marco do Big Brother:
Epá, se há gajos que me chateiam, pá, são os políticos.
Falam, falam, falam e não os vejo a fazer nada.

Estava a ver um post no facebook de um amigo "laranja" quando me apeteceu responder-lhe.
Mas a resposta não é para ele. A resposta é para quem manda, não é para os jotas que gostam de andar pelo país com a sua tshirt colorida com bandeirinhas e de carrinho a apitar e agitar o pano onde está a imagem do partido.
A culpa não é deles. Eles até se filiam e depois acabam por ter de andar a defender as ideias do partido como se deles fossem, mesmo quando nem concordam.

O que me causa uma certa confusão é ver o tipo de críticas que por aí aparecem, ano após ano, governo após governo:
Andamos há anos com sucessivos governos de PSD e PS que mais não fazem que acautelar o próprio futuro e o dos seus compadres. quando pinga dinheiro da comunidade e anda tudo bem, até parecem competentes, quando estala a crise e fecham a torneira, são todos uns incapazes, uns corruptos e sei lá o quê mais.
No dia em que a política passar a ter como propósito servir o país eu bato palmas.
Até lá continuamos a ver este ping pong do:
"o seu governo é uma lastima"
"mas o seu fez pior"
"mas estes números são os piores de sempre"
"mas recordo-lhe quando no ano tal vocês fizeram não sei quê".
"mas os senhores é que aprovaram uma lei não sei das quantas"
"mas essa lei vem do tempo do governo do seu partido".

Ou, mais ridículo ainda, quando se acusam de ir copiar propostas uns dos outros mas depois dizem que não concordam em nada; ou quando rejeitam as ideias adversárias mas acabam por dizer o mesmo, usando outras palavras.

É tudo farinha do mesmo saco.
Há indivíduos que estão mesmo convencidos que a política consiste na arte da retórica e da oratória, que estão convictos que justificam a sua função e salário ao mandar umas larachas e brincar com o sentido das palavras ou com as palavras dos outros; que julgam que o facto de andarem a criticar as visões dos outros já é um bom serviço, que não têm de trabalhar para encontrar soluções, alternativas.
Se tivessem vergonha na cara estavam todos calados e trabalhavam.


FOI PROFUNDO!

quinta-feira, outubro 22, 2009

Graças a Deus!

Não sou fã de Saramago. Não sou mesmo. Acho que o homem tem ataques estranhos de “xexézice” e também acho que o facto de ele ser um escritor reconhecido não faz dele uma pessoa inteligente. É um motivo de orgulho para o povo português como escritor que ganhou um Nobel mas podemos parar por aí. Tudo o resto depende dos gostos de cada um.
Acho que ele deve ser criticado por ter abandonado Portugal e ter ido morar para Espanha. Acho sim. Acho que o argumento que usou dizendo que paga os impostos a horas é infeliz. Parece que o sentimento de amor à pátria pode ser comprado. Aliás, nem é comprado, parece que é uma grande coisa um tipo cumprir com as suas obrigações!
Infeliz mesmo foi o artista do PSD, o eurodeputado Mário David, que convidou Saramago a renunciar à cidadania portuguesa. Provavelmente o senhor David (como o da Estrela dos judeus) ainda não reparou que o Estado português é laico, ou seja, a religião está de um lado, o Estado está do outro. A nação portuguesa aceita todas as religiões, respeita-as e não segue nenhuma. Cada um tem liberdade para seguir a sua religião ou para não seguir nenhuma.
Provavelmente o senhor Mário David julga que somos um país daqueles que segue o Corão e é dirigido por líderes espirituais. A atitude do eurodeputado é de uma falta de consciência a toda a prova! Não só pelo retrocesso temporal à época do “Deus, Pátria, Família”, mas também pela idiotice de convidar um português que ganhou um Nobel e tem tido uma voz activa, a renunciar à sua nacionalidade lusa.
Aqui gostamos mesmo é de dizer que o Figo e o Ronaldo são um orgulho para o país. Agora um gajo que escreve e pensa? Credo? Quantos toques seguidos consegue dar com uma bola?
Pegando na questão religiosa, eu sou baptizado, ateu e pondero a hipótese de me casar pela igreja….um dia. Logo, sou um incoerente. É verdade, eu admito-o. Mas eu não tenho a certeza de nada. Eu duvido. Pronto. Sobretudo duvido da instituição Igreja e da forma como actua e censuro a sua longa história.
Com que então não concordam com a parte em que Saramago diz que “O Deus da Bíblia não é de fiar: é vingativo e má pessoa”?
Pessoalmente acho o Deus da Bíblia um gajo porreiro.
Vejam se vos faz lembrar alguma coisa:
1) Vou fazer um filho a uma virgem que é casada (mas como sou eu não é pecado) e depois mando-o espalhar a minha palavra. Quando ele tiver boa idade mando-o levar umas chibatadas, deixo que o preguem a uma cruz e lhe metam uma bonita coroa de espinhos. Mas isso é porque as pessoas são más e ele vai pagar pelos pecados deles. Ah! Depois ele morre (mas é por uma boa causa) só que 3 dias depois faço-o voltar dos mortos para espetar um cagaço à mãe e depois deixo-o desaparecer de novo.
2) Pessoal, eu sou o Moisés e vou levar-vos a um sitio brutal. Em principio vamos conseguir passar no meio do mar mas isso é se vocês se portarem bem e não adorarem nada a não ser Deus. Nada de adorarem figurinhas em madeira ou metais preciosos ok? Eu vou ter de ir fazer uma mijinha ao monte e vou ver se falo com Deus. [Moisés vai ao monte, volta com duas placas com 10 mandamentos e o resto da malta está numa orgia incrível] Epá! Ó pessoal, eu disse-vos para não fazerem essas cenas! O que vale é que Deus não é vingativo nem má pessoa e agora vai castigar-vos mas é só para o vosso próprio bem.
3) Olá, eu sou Deus e fiz-vos a todos à minha imagem. Embora alguns de vocês tenham sido feitos depois (ou durante) uma noite de bebedeira e o resultado tenha ficado visivelmente afectado… Eu fiz aqui uma listinha de coisas que vocês devem e não devem fazer e se vocês as cumprirem vêm para um sítio altamente a que eu decidi chamar céu ou paraíso. Se vocês se portarem mal, vão para o Inferno. Eu criei a Terra e tudo o que nela existe e também criei o Inferno e meti lá o Mefisto, o Belzebu, o Diabo, o Cornudo. É que eu sou tão poderoso que em vez de criar tudo bem criadinho resolvi deixar margem de manobra para alguns de vocês fazerem asneira e também resolvi criar o destino para quem se porta mal. É claro que o Inferno e o Diabo representam o Mal e eu só criei o Bem e criei o Homem e o Homem é que decide o seu caminho mas o Inferno existe e pelos vistos fui eu que o criei. Tenho de deixar de beber. Beijos. Deus.
4) Furacões, Tufões, maremotos, vulcões, homicídios, genocídios, pragas, epidemias, SIDA, fome, guerra… Isso foi o Homem que criou. Incluindo as catástrofes naturais. O Homem criou-as no sentido em que faz asneiras e eu tenho de arranjar um castigo. É claro que é pedagógico, não estou a ser mau ou vingativo.
5) As Cruzadas e a Santa Inquisição foram responsabilidade humana. Deus estava a dormir e o Homem resolveu começar isso nas costas dele. Foram erros de interpretação e Deus só sabe criar coisas ou criar castigos divinos, não sabe acabar com “cenas” religiosas.
6) O facto das igrejas (edifícios) serem locais onde se espalha a palavra do Senhor e o Senhor defender a riqueza de espírito, não impede que grande parte das igrejas ostentem uma riqueza imensa, entre ouro e pinturas e esculturas… E é preciso dar esmolinhas. Mas é para ajudar a Igreja…a ajudar quem precisa. É claro que os templos, mesmo os mais recentes, são feitos à imagem da palavra do Senhor.
A generalidade das histórias da Bíblia usam uma pedagogia que assenta em descrições de recompensas por bom comportamento e castigo por mau comportamento. E as fábulas contadas dão razão a Saramago. Todas elas têm contornos de malvadez, de vingança, tal como têm de recompensa. A forma como se tentam passar os valores positivos não é lá muito positiva.
O Objectivo da Bíblia é bom, é louvável. A forma como conta as histórias para se retirarem lições de vida é que leva Saramago a dizer, e acertadamente, que Deus é mau e vingativo.
E porque não?
Não é a Bíblia que diz que fomos feitos à imagem de Deus? E não temos todos um lado mau e vingativo? O que Saramago se esqueceu de dizer foi que a Bíblia tenta que não sejamos maus ou vingativos e tenta ensinar-nos a ser bons para o próximo.
E disto fala alguém que mal conhece os dois testamentos, novo e o antigo.
No entanto, conheço a história da religião e da Igreja Católica e não sou fã. Assim como não sou fã de Saramago. Gostei do Ensaio Sobre a Cegueira e de resto acho que o senhor gosta de se fazer difícil de ler.
Ainda assim, e pagando no que dizia anteriormente, o que Saramago escreve é a visão dele, é ficção! Aquilo que ele diz é a opinião dele, como tal está carregada de subjectividade. Um indivíduo pode veicular a percepção que tem das coisas sem ter necessariamente de estar certo. Aliás, qualquer religião é facilmente criticável. Pela história e pela actualidade. Vamos pegar em todas as falhas das várias religiões e podemos passar gerações a editar livros.
Porque se critica Saramago quando ele vê apenas o lado mau de Deus e não se critica a Igreja que apenas o apresenta como uma perfeição de divindade? Porque é que o que o Homem faz mal é culpa sua e tem de penitenciar e o que faz de bom tem de agradecer a Deus?
Não vos parece estranho?
Porque é que um jogador de futebol marca um golo e agradece a Deus e quando falha não lhe exige responsabilidades também? Porque é quando alguém faz um teste ou um exame e corre bem há quem responda “correu sim, graças a Deus” e quando corre mal é “azar”? Porque é que quando fazemos uma viagem longa e tudo corre bem a nossa avó diz “ai que bom, graças a Deus que tudo correu bem” e quando alguém tem um acidente é por causa do óleo da estrada ou por causa do “boi” que nos bateu e que não sabe conduzir? Porque é que quando há uma catástrofe, morrem centenas ou milhares de pessoas e aparece uma criancinha viva lá no meio foi “graças a Deus”…e os outros todos que foram desta para melhor? E porque é que quando se morre se vai para melhor?
E há um sindicato de Deuses? Um que atira com os Dez Mandamentos e outro que manda apedrejar o pessoal e cortar membros? Um que diz que só se pode copular para reprodução e outro que diz que as mulheres têm de andar todas tapadas. E porque é que há religiões em que se acredita em reencarnação mas nunca ninguém disse “olha, eu sou o teu vizinho e reencarnei nesta loira boazona. Seria possível devolveres o meu corta-relva?”? E quando alguém diz que é a reencarnação de não sei quem (normalmente é sempre de alguém com poder) leva logo com o descrédito da população? Porque é que existe aquela frase “vinde a mim as criancinhas pois é delas o Reino de Deus” e há padres que aproveitam a dica para lhes ensinarem o que é a pedofilia? Porque é que há religiões que acreditam que um elefante escreveu um livro? Porque é que em certa religião as vacas são sagradas mas as mulheres não têm direito a nada?
Não acho que valha a pena estar a malhar só no Saramago ou só na Igreja e na Religião quando são ambos tão bons para criticar. Ambos têm as suas virtudes e defeitos reconhecidos, mas todos sabemos que neste mundo só sabemos apontar o que está mal. Não sei se é pela malvadez de apontar o dedo ao outro ou se é com a generosidade de quem tenta mostrar o que está mal para dar a oportunidade de mudar. Na realidade, ninguém leva uma palmadinha nas costas porque não comete um crime. É de esperar que não se cometam crimes. Ninguém leva os parabéns porque trata bem a família. Não é suposto tratar mal a família. Obviamente que o oposto é sempre de assinalar. Acho que é meio óbvio.
Eu cá vou continuando com as minhas dúvidas e incertezas, vivendo neste mundo em que é mais provável encontrar uma pessoa que acredite em anjos e em Deus do que uma que ache que um teste cientifico é fiável.
Quanto a Saramago, acho que depois de tanta publicidade ele bem pode agradecer a Deus pelos resultados que vai obter com as vendas do livro “Caim”.
Ah! Obviamente que isto é a minha opinião, não é uma notícia ou um artigo cientifico, não há aqui rigor académico, não existe menção de bibliografia consultada, não me apresento como um especialista em coisa nenhuma.


FOI PROFUNDO!

Proença-a-Maitê

É complicado começar uma dissertação quando há tanto que dizer sobre um assunto tão tolo como o que foi espoletado pelo aparecimento do vídeo de Maitê Proença.
1) Grande lata tuga! Com tudo o que se diz sobre os brasileiros (e especialmente sobre as brasileiras) é preciso ter uma enorme “cara de pau” para vir com as criticas que se ouviram e leram! E não sei o que é mais criticável. Aqueles que falam sempre mal dos brasileiros e mal podem vão passar férias a terras de Vera Cruz ou aqueles que falam sem qualquer conhecimento de causa do que é o Brasil como nação.
2) A mesquinhez de quem diz que Maitê cuspiu num monumento nacional. Não, o que ela fez foi estúpido, é verdade, mas ela estava a tentar imitar o repuxo. Foi infantil, isso sim.Dificilmente iria conseguir fazer o repuxo com saliva. Cuspir ou escarrar para o chão é um bom hábito tuga. Onde vai cospe para o chão, escarra e se puder também faz uma mijinha no canto mais próximo. E não está preocupado se é monumento nacional ou não! Santa hipocrisia!
3) Tendo morado no Brasil reparei que o normal é contarem as mesmas piadas de portugueses que nós contamos sobre alentejanos ou loiras. Uma parte da população conta piadas porque lhas contaram e acham que os portugueses têm todos bigode e se chamam Joaquim ou Manuel e não tomam banho. Por norma são analfabetos. Há uma outra parte que tem conhecimento de vários factos sobre Portugal e conta as anedotas com o mesmo espírito com que os portugueses contam as anedotas de alentejanos. Outra parte conta anedotas sobre portugueses de uma forma maldosa, encarando os portugueses como invasores, povo colonizador e agressores, contam-nas com ressentimento e maldade. Mais ou menos como se contavam aqui pelo burgo as típicas anedotas que começavam por “era uma vez um português, um francês e um inglês”. Este tipo de piadas é baseado num estereotipo (em boa regra um estereotipo está errado no sentido em que generaliza sem ter em atenção determinadas particularidades e raramente se actualiza) e tal como o alentejano é preguiçoso e a loira é burra, o português é burro e preguiçoso e não toma banho e tem bigode e diz “pá” em todas as frases. Já o brasileiro é ladrão, é mentiroso, é fingido e trapaceiro. Ou então dedica-se à prostituição. Aliás, todas as brasileiras se dedicam à prostituição. Há umas que são telefonistas. Mas são putas nos tempos livres. Outras são publicitárias. Mas putas nos tempos livres. E umas são massagistas. Mas é só uma fachada porque em boa verdade são putas. E mesmo as executivas são putas. Putas finas. Já para não falar que todo o brasileiro é um filho da puta. Especialmente se for jogador de futebol e falhar um golo ou marcar à nossa equipa. A sério, acham mesmo que o que a Maité disse foi assim tão mau? Pensem bem.
4) Relativamente ao desconhecimento de Maité sobre factos da História de Portugal, acho normal. Também acho que quando não se sabe mais vale estar calado. Mas devo referir que acho incrível o nível de conhecimentos sobre Portugal que têm muitos estudantes universitários brasileiros. Obviamente que o que a senhora disse foram calinadas de meia-noite, mas será motivo para tanta indignação? Aposto que muito do povão que lançou as mais ferozes farpas à actriz não deve saber muito mais que qualquer brasileiro com pouca cultura sobre a história nacional.
5) Acho ridículo o ódio que se coloca em determinadas interpretações luso-brasileiras. Os portugueses adoram passar férias no Brasil, montar negócios no Brasil e também veneram jogadores brasileiros e muitos portugueses recorrem a “profissionais” brasileiras…da mesma forma que recorremos à criatividade dos publicitários brasileiros, que metemos um brasileiro à frente da TAP, que se devoram novelas brasileiras ou que se ouve música brasileira aos pontapés. Os brasileiros gostam de vir trabalhar e estudar em Portugal e gostam de receber os euros portugueses, vivem a experiência religiosa que os portugueses levaram para o lado de lá do oceano de uma forma fervorosa… e falar nas raízes portuguesas ou de dizer que gostam muito de fado e que o Cristiano Ronaldo é lindo!
6) Não entendo porque surgem os movimentos para boicotar as novelas e projectos em que entre a Maitê Proença. Há 8 anos ou mais que não vejo novelas. Aliás, não há nada mais irritante do que eu a perguntar aos meus pais “mas esse afinal é casado com quem?” enquanto eles seguem avidamente mais uma historieta made in Brasil. Eu optei por não ver mais novelas brasileiras ou portuguesas e estou satisfeito com a minha opção. Se não querem ver novelas com a Maité têm bom remédio. Vão ver as belas novelas tugas com banda sonora do Toy ou do Paulo Gonzo, com actrizes e actores fraquinhos à mistura com o Ruy de Carvalho…
7) Por fim, relembro um programa do Gato Fedorento em que a Maité esteve simplesmente soberba e toda a gente riu. É claro que isso era no Gato Fedorento. Porque, como dizia há uns tempos um comediante americano, o Eddie Murphy pode gozar com os pretos. Ele é preto! Já um branco a gozar com pretos é racismo. Mesmo que digam o mesmo. O problema aqui é quem disse, não é o que foi dito.
8) Não batam mais na Maitê. A senhora anda ou andou metida com o Miguel Sousa Tavares. Acho que deve ser difícil arranjar castigo mais cruel.

FOI PROFUNDO!

segunda-feira, setembro 07, 2009

Para ajudar a decidir

Não há nada como nos informarmos sobre o que os senhores políticos querem para o país e para nós.
Muitas vezes (ou seja, sempre!) nós vemos na televisão, ouvimos na rádio ou lemos nos jornais e nas revistas ou na internet, um monte de coisas que os senhores que representam os partidos nos quais querem que coloquemos as cruzes, mas acabam por se perder com questões paralelas, ataques aos adversários ou defesas dos ataques, com abordagens vagas daquilo que pretendem para o país...mas todos falam nos programas de governo.
Assim, não me parece má ideia passar os olhos por esses mesmos programas.

Bloco de Esquerda

Depois logo se vê o que os portugueses acham.
Eu cá já fiz o download para o meu computador e vou ler quando tiver tempo.


FOI PROFUNDO!

sexta-feira, setembro 04, 2009

O meu voto em branco

Os últimos dias têm sido pródigos em episódios que me enojam.

- Temos debates políticos que se assemelham ao campeonato nacional de futebol.
Os clubes grandes estão mais interessados em ver qual dos dois ganha a disputa directa enquanto os pequenos parecem contentar-se com o mero facto de conseguirem atrapalhar os grandes.
Enquanto os pequenos optam por algo semelhante à táctica do autocarro quando encontram os grandes e depois, entre eles, fazem jogos miseráveis de bola para o ar e com futebol sem brilho, os grandes chegam ao clássico e passam o tempo com entradas à margem das leis, jogo sujo, discussões com árbitros e, chegam ao final e dizem que são os vencedores ou deviam ter sido, caso o árbitro não os tivesse prejudicado.

- Depois surgiu a questão de Manuela Moura Guedes e do seu Jornal Nacional das sextas-feiras terem sido corridos pela administração da Prisa.
Isso trouxe um sem número de factores que ajudaram à minha azia (para) com a política.
1) Manuela Moura Guedes já pratica um jornalismo de 5ª categoria há muito tempo. Capaz de passar 45 minutos com notícias sobre José Sócrates, capaz de contornar a sua função enquanto jornalista (a de informar) para estar constantemente a opinar a torto e a direito, conduzindo o seu noticiário com propósitos claros, parciais e carregadinhos de intenções políticas.
2) Manuela Moura Guedes, segundo alguns, foi corrida do Jornal da sexta-feira por pressões feitas por Zapatero sobre a Prisa, a pedido de José Sócrates. Aqui levanto duas questões. a) Estas pessoas que levantam esta suspeita podiam pelo menos agradecer a Sócrates por ter feito aquilo que nem devia ter começado! Quem tirou MMG do sarcófago? Quem duvida que MMG só apresentava um noticiário porque está casada com o ex- director da TVI? Anda tudo tapadinho? b) Depois da guerra aberta entre Prisa e o governo espanhol, parece-me duvidoso que Sócrates pudesse contar com a influência de Zapatero sobre Juan Luis Cebrián, o presidente da Prisa. Digo eu...
3) Quem diz que o fim do Jornal Nacional de sexta apresentado por MMG representa o regresso da censura e do lápis azul das duas uma: a) ou não acredita sinceramente no que diz e fá-lo por motivos políticos, b) ou o faz porque realmente faz parte daquela percentagem de portugueses que acha que MMG fazia um bom serviço.
4) O sucesso de audiências do Jornal Nacional das sextas-feiras explica-se da mesma forma que se explica o volume de carros que abrandam e param quando vêem um acidente. Claramente não é pela qualidade! E, já agora, continuando com a analogia, a posição do PSD é mais ou menos a mesma que a de uma empresa de reboques. Não vai para o local do acidente porque gosta de ver acidentes, mas porque pode sair a ganhar com isso.
5) Quem acha que MMG estava a fazer um serviço público esquece-se que Moniz e MMG foram corridos da RTP pelo PS e, desde então, sempre usaram a TVI como arma de vingança.

- Depois temos de levar com os comentários perfeitamente subjectivos e tendenciosos nos jornais, televisões e rádios. Porque é que pedem a comentadores ligados a determinados partidos para comentarem debates do seu partido ou do partido adversário? Já sabemos o que vão dizer! É isso e ouvir o Ricardo Costa a falar de Sócrates. Tem de bater sempre no homem.

- Temos de levar todos os dias com a falta de qualidade dos candidatos;
- Temos de levar todos os dias com os discursos que tratam os portugueses como se fossem ignorantes;
- Temos de levar todos os dias com declarações perfeitamente ridículas dos candidatos;
- Temos de levar com programas de governo que primam pela ambiguidade, por serem vagos, por terem propostas repetidas, por terem propostas irrealizáveis...
- Temos que ouvir discursos e debates que fazem lembrar lutas de meninos que atiram pedras uns aos outros e todos estão envoltos numa redoma de vidro.

- Porque é que José Sócrates fala como se tivesse feito tudo direitinho e tivesse cometido alguns pequenos erros de abordagem? Porque é que Mário Lino não foi corrido do Governo depois de tanta porcaria que fez? Porque é que não sentou a ministra da educação e lhe explicou que os professores têm de ser avaliados mas não da forma pretendida? Ah! Porque Sócrates e a ministra são ambos teimosos... Porque é que Sócrates fala tanto em estatísticas e no sucesso escolar e não repara que os alunos estão cada vez mais burros e pior preparados, cada vez sabem menos sobre tudo! Porque é que Sócrates fala tanto em acabar com o desemprego e não olha para as situações abusivas de imensas empresas que "albergam" estagiários a troco de nada ou tostões? Hoje em dia tem de se pagar para trabalhar! Porque é que Sócrates não corrige a questão dos estágios curriculares não remunerados? O estado é um péssimo exemplo! Porque é que Sócrates ainda não tomou medidas para tornar o Estado um bom pagador? Porque é que as empresas ficam meses à espera que o Estado lhes pague e, enquanto esperam, pagam impostos sobre o que não receberam? Porque é que Sócrates tem de usar sempre o mesmo tom condescendente e de contador de fábulas quando fala na televisão?

- Porque é que Manuela Ferreira Leite vem falar em política de verdade e mente dia sim dia também? Porque é que MFL tem de estar sempre a auto-elogiar-se? Porque é que MFL acusa o PS de estar a tentar que os portugueses tenham medo do PSD quando, ao mesmo tempo, passa a vida a fazer com que os portugueses tenham medo do PS? Porque é que MFL diz que o país tem que travar quando todos os indicadores económicos apontam para o início da recuperação? Porque é que MFL vem comparar um candidato adversário suspeito da imprensa (Sócrates) com um militante do PSD que vai a julgamento acusado de fraude fiscal qualificada e falsificação de documeento(António Preto) depois de dizer que não queria ninguém nas listas do partido com problemas com a justiça? Porque é que MFL fala aos portugueses como se não tivesse sido ministra da Educação, das Finanças e de Estado? Porque é que MFL vem falar na suspensão do TGV quando foi ela, enquanto ministra de estado e das finanças de Durão Barroso, que meteu Portugal nesta embrulhada? Porque é que Manuela Ferreira Leite vem falar em travagens e controlo orçamental e apoia o destravado e orçamentalmente descontrolado Pedro Santana Lopes como candidato à Câmara Municipal de Lisboa? E porque é que sempre que discursa tem de meter aquele sorriso parvo e de superioridade? Ah! E porque é que tem de estar sempre a usar a palavra VERDADE? A mulher que está sempre a apregoar os seus predicados, muitas vezes é o oposto do que anuncia...

- Porque é que o PP e o Bloco de Esquerda apresentam propostas utópicas? Porque é que estes partidos não optam por contribuir com propostas com pés e cabeça em vez de atirarem com aquilo que todos nós gostaríamos que fosse feito mas sabemos ser impossível? Porque é que não largam o hábito de negociadores e param de agir como os monhés do Bairro Alto, pedindo 20 euros por um ramo de flores que sabem que vale apenas 5? Porque é que ninguém pergunta a Paulo Portas como é que ele tem lata para fazer críticas sobre segurança? Será que ele quer as ruas do Cacém patrulhadas pelos seus submarinos? Porque é que Paulo Portas também não se recorda que foi ministro da Defesa? Porque é que Paulo Portas não se recorda da vergonha que foi a actuação de Nobre Guedes nos últimos dias do governo PSD+PP? Porque é que PP e Bloco não explicam como seria possível, economicamente, sustentar os seus projectos para o país? Gostava de os ver ao bom estilo de António Guterres, a gaguejar e a mandar fazer contas...

- Porque é que o Partido Comunista parou no tempo? Porque é que não tem um líder mais incisivo? Porque é que fala sempre do mesmo? Porque é que o PC não deixa de se comportar como um sindicato e resolve crescer como partido, renovando-se, modernizando-se, adaptando-se, e, perante a ideologia inicial, agindo de uma forma que lhe permita ser uma alternativa de poder em Portugal? Porque é que Jerónimo continua a ser um líder fraco de um partido que tem tudo para ser forte?

- Porque é que temos um partido MMS?

- Porque é que nunca mais ouvimos falar de Manuel Monteiro?

- Porque é que chegamos a um ponto em que temos de escolher o menos mau e não o melhor?

- Porque é que chegamos a um ponto em que o governo socialista de Sócrates é o mais parecido com o governo social-democrata de Cavaco?

- Porque é que tem de ser um tipo arrogante e teimoso a ser o único dos últimos anos a não ter medo da opinião pública para levar para a frente reformas essenciais? E porque é que ao ver que algumas não estão a ser bem feitas não desce da sua arrogância e teimosia para as emendar?

Finalmente, porque é que vivemos numa porcaria de tempo em que quem tem cabeça e talento não se mete na política (estou a generalizar) e temos os partidos políticos cheios de politiqueiros que só sabem dizer "Apoiado!" ou "Isso é responsabilidade do seu partido!"? Em quem vamos confiar o futuro do país?

Termino como começou José de Almada-Negreiros


"BASTA PUM BASTA!"

Podem contar comigo nas urnas a dobrar o meu boletim sem o sujar de tinta.


FOI PROFUNDO

quinta-feira, setembro 03, 2009

Ainda agora começou...

Os debates televisivos para as Legislativas começaram ontem e já dão vontade de rir.

Em primeiro lugar, ainda não entendi como é que ninguém confronta Paulo Portas com a questão dos submarinos.
Rabos presos?
Juro que não entendo como é que deixam PP andar aos tirinhos para o ar e não lhe atiram esta granada para as mãos.

Depois, não consigo entender o ódio anti-Sócrates de Ricardo Costa. Estive a ver e ouvir os comentários de RC na SIC Notícias logo após o debate e acho que esteve mais uma vez condicionado pela sua opinião pessoal, tal como já tinha estado quando há uns meses entrevistou o PM e só faltou subir para a mesa e agarrar Sócrates pela gravata e dar-lhe uns tabefes.

Também não percebo porque é que toda a gente concorda que é mais fácil atacar o partido do governo e depois dizem que quem vai para o debate contra o actual PM ganha. Ora, se tem a vida facilitada é natural que ganhe. Especialmente quando, e isto ouvi dizer ontem, só se pode criticar o governo em funções.
Ou seja, se o representante de um partido actualmente na oposição tiver sido ministro num governo anterior, já não pode ser criticado porque quem está a ser avaliado é o PM actual e o seu respectivo executivo.

Isto parecem as regras de jogos dos miúdos!
"Passa a SIDA! Mas não podes passar a quem ta passou!".

Isto facilita bastante a vida de metade da oposição, pelo menos a metade que terá capacidade de conquistar assento na Assembleia da República. É que Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas foram ambos responsáveis por pastas importantes em governos PSD e PSD+PP. E não devemos esquecer que Ferreira Leite não foi grande espingarda nem na Educação nem nas Finanças, duas áreas que estão constantemente a ser atiradas para cima da mesa, e Paulo Portas, na Defesa, foi uma bela caca, tendo como marca do seu percurso a compra dos submarinos e pouco mais.

Achei curiosa a análise que alguns comentadores fizeram de uma questão particular. Ora, Paulo Portas, pelos vistos, ganhou o debate numa questão de falta de mérito de Sócrates. E que questão foi essa? Portas acusava Sócrates de ser responsável pelo aumento da criminalidade porque não tinha aceite legislar alterações que iriam permitir, entre outras coisas, julgamentos num prazo de 48horas de criminosos apanhados em flagrante delito. Sócrates respondeu-lhe com uma votação do PP a alterações que o PS fez no regime da prisão preventiva. O PP terá votado favoravelmente. Paulo Portas não respondeu, Sócrates insistiu. Neste caso não se aplica a mesma máxima que diria que, se fosse ao contrário, Sócrates estaria a fugir à pergunta. Neste caso Portas não fugiu, Sócrates é que não esteve bem por insistir.

E aquela insistência parva em dizer que JS nunca assume responsabilidades, que a culpa é sempre do passado e do mundo? É que o mais ridículo foi mesmo ouvir Portas dizer isto segundos depois de Sócrates admitir que cometeu erros na questão da Educação. Ou Portas é surdo que nem uma Porta, ou é burrinho, ou então trazia a cábula na mão e foi seguindo o plano à risca: "ora, agora mando-lhe com a insegurança, agora espero que ele não me fale dos submarinos, agora digo que ele vive a atacar o passado, agora espero que ele não me fale dos submarinos, agora digo que ele se queixa do mundo, agora espero que ele não me fale dos submarinos...".

Depois, li hoje que Paulo Rangel classificou a entrevista a Sócrates como "infantil".
Gostava mais de Rangel quando estava na AR.
Desde que se meteu nas Europeias está muitos furos abaixo do que nos habituou.
Cá para mim o pequenino deputado não tem Marques Mendes para brincar com ele e optou por lançar o repto a Sócrates...

Terminando, ontem, Ferreira Leite acusa Sócrates de querer assustar os portugueses com as suas palavras sobre o PSD.
Ora, mas que raio!?
Não é o que todos os partidos fazem? Não tentam traçar um quadro negro sobre o que seria se forem os adversários a ganhar?
Ninguém repara que 80% da campanha é contra os concorrentes, 15% é a apelar ao voto por motivos parvos e 5% são promessas?

Já agora, é só a mim que me irrita a voz de contador de histórias do "Eng" Sócrates?
E as expressões tipo Floribela "vamos juntar energias", "vamos criar energias positivas" e nho nho nho?
Prefiro o Sócrates pitbull do que esta versão fofinha do líder do governo.


FOI PROFUNDO!

quarta-feira, setembro 02, 2009

Disco riscado

Disco riscado. Aqui está uma expressão que se aplica a muitas figuras públicas, sendo que as que mais correspondem à imagem presente são os políticos, os jogadores, treinadores e presidentes de clubes de futebol.
Hoje uso-a para celebrar a reacção de Manuela Ferreira Leite à entrevista de Sócrates na RTP ontem à noite.

Se achei que o nosso primeiro nem esteve muito mal, pese embora a tentativa de levar certas questões para o discurso preparado previamente, pior esteve hoje a líder laranja.

Mais uma vez, a senhora Ferreira Leite enveredou pelo discurso de auto-designação de paladino dos valores e da verdade, de poço de qualidades, de defensora da justiça e bla bla bla.

Isto, sem esquecer as respostas do tipo "Quem o diz é quem o é", sempre com o mesmo discurso primário da trajectória descendente e comparações dignas de uma criancinha "o carrinho está a descer e se avançar continua para baixo". Então diz que é preciso travar.
Opá!
Alto lá!
Então a MFL quer ir para o governo para parar o país?
Espera lá que eu vou votar PSD a correr!

Quem vai na conversa dessa senhora anda de olhos tapados.
Prefiro o Sócrates e os seus defeitos do que a Dama de Ferro que é só virtudes.
E que trava.


FOI PROFUNDO!

terça-feira, agosto 25, 2009

A ala conservadora do PPD-PSD

Vivemos num país em que o Presidente da República veta uma lei porque estamos muito perto das eleições.
Não é porque é boa ou má.
Não é porque está de acordo com a Constituição ou vai contra ela.
É porque não é altura.

Belo argumento!

Seria válido caso fosse, como em casos anteriores, um diploma que visasse favorecer o PS ou alguém dentro do PS ou alguém próximo do PS e estivessem a aproveitar os últimos cartuchos para se "safarem".
Mas não.
Era sobre as uniões de facto.
E do que estive a ver, parece-me que a proposta apresentada era uma actualização da anterior, acertando pontos que necessitavam de ser revistos.

Mas o prof Cavaco do Bolo-Rei é da mesma escola de Manuela Ferreira Leite e, tal como Agosto não era altura de apresentar o programa de Governo do PSD, também não é mês para ler ou aprovar leis.

Esta velha guarda do PSD, a ala conservadora e retrógrada do PPD-PSD não faz um nada em Agosto!
Porque não admitem que querem aproveitar as férias e não estão para se chatear com apresentações de programas de governo ou análise de propostas do governo!

Agosto é o mês escolhido para os políticos fazerem ainda menos do que já é hábito.
Vão passear, vão a banhos, vão a feiras, dão uns beijinhos aqui e ali, fazem uns comícios e umas festas e o Alberto João manda umas papaias.
No final disto tudo o PSD tem o sentido de humor extremo de fazer uma Universidade de Verão!

"É um dos eventos mais importantes que a JSD organiza anualmente. Para nós a formação é uma aposta fundamental. Acreditamos que dessa forma se promove a renovação sustentada dos quadros políticos. Uma vez que formar é a condição fundamental para que tenhamos, no futuro, melhores políticos e melhor política", dizem eles.

Eles, os Jotas que estão a organizar esta Universidade também colocam outras citações na página na internet:

«For the things we have to learn before we can do them, we learn by doing them.»
Aristóteles.

Faz sentido colocar uma frase de Aristóteles em inglês, já que o senhor escrevia principalmente na língua de Sua Majestade... (benzo-me e sou ateu).

«My one regret in life is that I am not someone else.»
Woody Allen

Também se ajusta ao espírito.
Depois de ouvirem Manuela Ferreira Leite em entrevista à RTP, acredito que muitos militantes laranja preferiam ser outra pessoa, noutro lugar...

«Ask not what your country can do for you but what you can do for your country.»
John F. Kennedy – 20 de Janeiro de 1961

Eu acho que já muitos perguntaram isto a Manuela Ferreira Leite. Mas ela terá respondido: "mas eu ando há meses a falar sobre isso e continuam a fazer-me essa pergunta?". E termina com um riso de quem acha um escândalo e se sente ofendida e espantada.

«Comment voulez-vous gouverner un pays où il existe 246 variétés de fromage?»
Charles de Gaulle no Les Mots du Général, Ernest Mignon, 1962
Europa e Portugal – Recessão/Estagnação em 2009

Resposta de Manuela Ferreira Leite: "Ó meu amigo, então mas isso do queijo é alguma piada ao facto de eu me esquecer de muitas coisas muitas vezes?"


FOI PROFUNDO!

Nota: depois das críticas no DISPENSO, o Aníbal lá resolveu aprovar o aumento da escolaridade obrigatória para 12 anos e o alargamento do levantamento do sigilo bancário

Especial(istas)

Foi preciso chegar aos 29 anos para ir a um festival de Verão, mas posso garantir que valeu bem a pena.
Fui ao Festival do Sudoeste, edição 2009, e posso garantir que quem não foi perdeu um dos melhores concertos de sempre.
Os Faith No More são uma das bandas que eu mais ouvia durante a adolescência e, já então, eu achava que o Mike Patton era maluquinho. No SW09 confirmei que o homem é doido mas também confirmei que os FNM são gigantes em palco e o senhor Patton é um monstro que tem uma voz e uma presença em palco difíceis de encontrar.

Ora, mas serve isto para introduzir o que realmente quero expor.

Findo o Sudoeste (que para mim, e por motivos laborais, começou mais tarde e acabou mais cedo), veio a hora de ver as apreciações de quem sabe de música e de quem sabe de festivais.

Portanto, o SW agora já não vale nada, quer pelas pessoas que lá vão, quer pela organização.
Isto foi o que eu li.
Por acaso, não concordo.
Embora não perceba o porquê de colocarem várias bandas de Reggae. Eu rio-me com a capacidade da malta que fica horas em frente ao palco de Reggae...e quando muda a música parece que ainda estamos na mesma... e muda o grupo e parece que estamos na mesma música... e muda o dia e ainda parece que alguém deixou o CD no 'repeat'...
Mas isto é a minha opinião enquanto apreciador não especialista em música.
Ah! E eu não desgosto de Reggae.

Gosto muito de ler aqueles textinhos de quem acha que o Sudoeste AGORA é só criançada. Bem, antes também era. Mas há gente que se esquece que os anos passam.

Mas bom mesmo é poder aprender que agora Franz Ferdinand já não presta. E The Killers também não. Estava a ver se me lembrava de quem eram os outros que também tinham sido contemplados com esta perda de qualidade mas passou-me.

Isto faz-me lembrar de, há uns bons anos atrás, quando os Smashing Pumpkins lançaram o álbum Siamese Dream e eram os maiores. Depois foi saindo mais um e outro e outro álbum e eu "descobri" (através de quem percebe de música) que os Smashing Pumpkins já não eram a mesma coisa, já não eram bons. E a explicação? Tornaram-se comerciais.

Espera!

A lógica é:
vendem pouco - não são comerciais - são bons.
vendem muito - são comerciais - não são bons.

Ah! Pronto! Já percebi!

Os génios têm de ser incompreendidos.
Quando há muita gente a seguir um génio ele deixa de o ser porque isso significa que já há muita gente a compreender.
Está posta de parte a hipótese de haver muita gente incompreendida que se compreenda.
Isso não existe na música!

Aliás, eu acho que a lógica do especialista em música é mais algo que se define do seguinte modo: enquanto um grupo é pouco conhecido e a sua música é pouco divulgada, esse grupo é novidade, é um diamante em bruto e, a melhor parte, foi descoberto pelo especialista. Depois de se espalhar e ser apreciado por muitos, o especialista sente-se traído. O seu diamante esta a ficar polido e brilhante, já não é a mesma coisa, logo é mau.

Lógica:
diamante em bruto - bom
diamante polido - mau.

Nota: Este tipo de lógica não se aplica a bandas de culto como os Rolling Stones.

Juízo teve o Kurt Cobain.
Sabendo deste tipo de comportamento, pensou: "Epá! Andamos a vender demasiado! Qualquer dia ainda dizem que os Nirvana já não prestam!". E ZÁS!, matou-se.
Já outros tinham percebido o mesmo uns anos antes.
Elvis ou Jim Morrison, por exemplo.

O engraçado é que eles perceberam isto e, coincidência das coincidências, andavam encharcados em droga e álcool. Mas devia ser por razões medicinais...

Eu gosto de música.
Não percebo de música.

Deve ser por isso que eu penso que a meia dúzia de faixas de jazz de improviso de John Zorn que são catalogadas como pérolas musicais, não são mais que uma forma que Zorn encontrou para gozar com quem se apresenta como musicólogo, ou crítico de música. Ou então estava a hiperventilar quando encostou a boca ao instrumento. Ou estava bêbado. Ou a sentir-se mal.

Mas eu não percebo de música...
Deve ser por isso que me apanham numa noite de terça-feira de Queima das Fitas e me divirto a ouvir Quim Barreiros, que vou ao Maxime só para ver o Manuel João Vieira e os seus Irmãos Catita; ou que no meu carro tenho misturados Nitin Sawhney, O Rappa, Foo Fighters, Blasted Mechanism com Metallica, The Killers, Metric e Korn, com um bocado de Maria Rita e Serj Tankian, Zero 7, Sugar Ray e Terrorvision lá metidos.
E confesso que já consigo ouvir Jeff Buckley e Sufjan Stevens, o que é capaz de me colocar nas boas graças dos entendidos!



FOI PROFUNDO!

sexta-feira, agosto 21, 2009

A idade é um posto...médico

Gostei muito de ouvir Manuela Ferreira Leite ontem à noite.

Caiu na estupidez do risinho arrogante acompanhado do "mas continuam a perguntar-me isso como se eu não andasse a falar disso há meses?".
Se já toda a gente sabe, então para que foi dar a entrevista? Iam falar dos netinhos?
Estamos em período pré-legislativas, o normal é falar-se das propostas de cada partido.
Além do mais, pressupõe-se que as pessoas e as ideias evoluam ou, pelo menos que se reajustem.
Afinal, perante as constantes declarações dos agentes políticos, parece que todos os dias é necessário pensar em novas medidas para corrigir o que o Demolition-Man Sócrates anda a fazer para deixar Portugal na miséria.

Depois, caiu na palermice de se escudar atrás daquilo que são convicções pessoais e repetir o argumento dos "processos que estão na justiça", colocando tudo no mesmo saco, os suspeitos, os suspeitos de serem suspeitos e os arguidos.
Nem teve a inteligência de usar o argumento de "todos são inocentes até se provar que são culpados".
Não, optou pela casmurrice e por passar a ideia de que é uma pessoa de princípios e convicções fortes. Ou, traduzindo, casmurra.

Depois pegou no comportamento pouco democrático de Sócrates e disse logo que ia dar imensos exemplos concretos. Deu o dos professores que mandaram uma piada e foram corridos da escola onde estavam a leccionar e depois deu "imensos exemplos concretos" como o de pessoas que também sofreram represálias e por outros casos que todos sabemos e fomos tendo conhecimento. Pois... Típico. São sempre imensos exemplos e são sempre concretos mas resume-se sempre a um exemplo e uns tiros para o ar. MFL, versão cowgirl.
Ajudando a esta teoria do Sócrates Hitler, vem o raio do ataque de Alzheimer de MFL. A senhora esquece-se que limpou das listas de candidatos todos aqueles que lhe fizeram oposição dentro do partido ou, simplesmente, não estiveram com ela.
É claro que isso não é ditatorial! É apenas uma pontaria incrível que a MFL teve de ser apoiada por todos os bons candidatos...

E é o ram-ram chato do discurso anti-Sócrates, dizendo que o homem não faz nada bem e que leva o país para o caos. Que treta!

Depois perguntam-lhe pelas propostas e vem com dois argumentos perfeitamente tolos (e o melhor deixo para o final): primeiro não pode revelar porque vai apresentar o programa de governo no dia 27 (esquecendo-se que tinha dito e repetido que não há nada de novo a apresentar e que há meses que toda a gente sabe quais são as ideias de MFL e do PSD para o país), e depois quando lhe é pedido para indicar a área que considera primordial...manda com umas 5 ou 6 para cima da mesa! Brutal! Mais um bocadinho e arriscava-se a que alguém gritasse BINGO!

Continuando, ouvi-a dizer que Sócrates anda a copiar as ideias de MFL e do PSD.
Então opõem-se ao PS porque, segundo MFL, o programa de governo do PS tem promessas irrealizáveis e outras que já vêm do programa eleitoral anterior.

Ora, raio da coerência da MFL!
Primeiro diz que não pode avançar com números ou com compromissos que envolvam número porque há coisas que não sabe mas logo a seguir vem dizer que há promessas irrealizáveis...como se afinal já soubesse!
Mas já fiquei a saber que, segundo MFL, o programa do PS tem várias propostas bastante boas...copiadas do PSD.

Termino com um apontamento sobre aquele que achei o argumento mais ridículo de toda a exposição de MFL.
Então o PSD já tem as ideias há muito tempo, já tem o programa pronto há meses e só o vai distribuir no final de Agosto porquê? Porque, segundo MFL, não fazia sentido estar a distribuir no período de férias porque ninguém o ia ler (aproveitou para criticar o timming escolhido pelo PS para dar a conhecer o seu programa de governo).
Ora, isto pode resultar de eu ser meio "alien", mas eu costumo ler muito mais nas férias. E falo de livros, de jornais, de revistas e até leio os suplementos... Mas isso posso ser só eu, daí que possa ser a única pessoa a achar este argumento parvo.
Mas acho que seria a altura ideal para que as pessoas pudessem ler com calma, sem estarem a pensar no que fizeram ou vão ter de fazer no trabalho.
E, juntando a isto o facto de vários portugueses tirarem férias em Setembro, deduzo que MFL ache que quem tira férias em Setembro deve ser comunista ou socialista ou da oposição a MFL dentro do próprio PSD.

Eu não sou fã de Sócrates, irrita-me a sua maneira de falar e a mania que tem das estatísticas, mas aquilo a que tenho assistido nos últimos tempos é um desfile de artistas políticos de qualidade semelhante.
A grande vantagem que Sócrates tem em relação aos restantes - e isto é a minha opinião que, tal como este blog, é pessoal - é mesmo o facto de ser dos poucos governantes desde Cavaco a ter coragem de fazer reformas importantes. Algumas não foram bem feitas? Certo. Alguns ministros são fracos? Certo mais uma vez.

Mas olho para a oposição e lembro-me do Benfica da época passada: os que estão em campo jogam mal mas os que estão no banco dão-me vontade de me benzer, mesmo sendo praticamente ateu!


FOI PROFUNDO!

quarta-feira, agosto 12, 2009

Criticar a demagogia de uma forma demagoga

No diário 'i' saiu hoje um artigo de crítica ao governo PS e às suas políticas económicas, nomeadamente na forma como trataram as PME's.

Não deixando de concordar com o que está escrito em "A política económica desastrosa de Sócrates, acho que peca por se centrar nas PME's e no Governo e ir pelo facilitismo e pela crítica fácil que se tem feito ouvir durante a governação Sócrates.

Quer dizer, fala-se no país que vive acima das possibilidades e esquecemos que num cenário de crise em que há instituições bancárias a ruir, outras continuam com lucros absurdos?
E não me refiro apenas a este último período de CRISE, falo da crise que se arrasta há anos e de que tanto se fala para subir taxas de juro para os empréstimos "porque tem de ser" ou "porque é o BCE que diz" e depois os lucros são os maiores de sempre.

Ou o preço do combustível que tem de aumentar a velocidade supersónica e depois desce ao ritmo do caracol.

Ou a permissividade que existe na exploração de jovens licenciados por parte de empresas que "albergam" centenas de jovens em troco de nada, permitindo assim uma escravatura do engano, com promessas que nunca são cumpridas.

Porque é que se opta sempre pela crítica do mesmo?
Quando o ex-ministro Manuel Pinho saiu do Governo houve quem o elogiasse pela forma como lidou com o grande capital, deixando sempre algumas alfinetadas (parte delas foram mesmo "baionetadas") ao procedimento de Pinho relativamente às PME's.

Eu digo porque é que se critica sempre de uma forma facilitista e repetitiva: porque as grandes empresas, quer se queira quer não, são os pilares da economia e são responsáveis por muitos postos de emprego. São também, em alguns casos, donas ou accionistas de empresas de comunicação ou de órgãos de comunicação.

E, juntando a isto o facto das redacções precisarem de mão-de-obra gratuita como um toxicodependente precisa da sua dose, convém não entrar por aí e atirar com areia para os olhos de quem lê, fazendo sempre o discurso do governo que é mau e que é responsável pelo desemprego.

Por um lado é, ao permitir que as empresas enveredem por esta forma de escravatura moderna. Criem-se regras! Quem trabalha deve receber!
É tão bonitinho andar a apontar o dedo e fazer de conta que mesmo ao nosso lado não se passa nada de censurável.


FOI PROFUNDO!

sexta-feira, junho 12, 2009

Bater a Portas

Quando era pequeno costumava andar a correr as ruas com os meus amigos e a bater a portas...
Este seria um bom começo para uma historinha a contar aos netinhos, mas não tenho netos nem historinha desse género para contar.
O que tenho é uma certa vontade de bater ao Portas, ao Paulo Portas.

Não é de hoje que os políticos são uma classe com uma coluna bastante flexível, mas lá pelo meio há sempre uns mais sérios e uns que conseguem roçar o descaramento.

Paulo Portas é um caso extremo.

Eu costumo dizer que se o Paulo Portas do Independente olhasse para o Paulo Portas do CDS-PP, ria-se de uma forma maquiavélica tal era a matéria prima proporcionada pelo PP do PP.

O homem é um copinho de leite que resolve andar com o sorriso mais amarelo e a simpatia mais forjada do mundo a passear-se pelo meio de feiras, praças e mercados, misturado com pessoas que o repugnam, tudo isto para se promover politicamente.
Vem defender o povão quando o que o move são políticas de direita.
Antes de entrar na política era advogado de acusação, juíz e carrasco de toda a classe política nacional.
Quando entrou na política trepou pelas costas de quem lhe estendeu a mão, Manuel Monteiro, depois deu-lhe uma facadinha nas costas, puxou-lhe o tapete, correu com ele do partido e subiu ao trono.

Fora as histórias no seio do partido ou mesmo a questão com Marcelo Rebelo de Sousa - mais uma traiçãozinha - há um facto que me deixa mesmo com vontade de pedir a uns ucranianos para darem uma sova no Paulo Portas.

Como é que um patife como o PP que enterra milhões na compra de uns submarinos quando estava no Ministério da Defesa, tem cara sequer para sair de casa? Como é que ele tem a distinta lata de criticar o governo ou seja lá quem for, de dar lições de moral, de vir falar com o mínimo de autoridade sobre as medidas que estão a ser tomadas contra a crise?
Como?
Alguém me explica como?
Alguém me explica como é possível uma cavalgadura como o Paulo Portas ainda não ter falecido politicamente?
Alguém me diz como é que o povo português, que se diz tão bom a julgar as pessoas, não dá uma lição eleitoral ao Paulo Portas?

Falem no Sócrates, falem, esqueçam-se do talento da senhora Ferreira Leite para as reformas nas finanças públicas ou do talento do senhor Portas para esbanjar dinheiro em submarinos que não servem para nada.



FOI PROFUNDO!

quinta-feira, junho 11, 2009

Maçaricos

Os senhores do desporto da TVI parecem principiantes.
Ontem estava a ver o jogo de Portugal e não sabia se havia de rir ou de chorar.
Não apenas pelo jogo, que foi mau, mesmo mau!
Larguei a televisão aos 33 minutos de jogo porque não tenho alma de masoquista mas deu para presenciar actos de principiantes durante essa meia horinha.

Avaliação dos jornalistas e comentadores - 3/10
Avaliação da equipa de produção - 1/10

Porquê?

Porque um dos artistas do microfone passou o tempo em que estive a ver o jogo a clicar e a clicar e a clicar no mouse.
Não fazia mais nada.
Era enquanto relatava e enquanto não relatava.
Tric tric tric tric tric
Depois eram as folhas.
Sempre a mexer em folhas.
E quem assistia ao jogo pela televisão tinha de levar com aquele ruído de fundo todo.

E a equipa de produção?
Não fez nada!
Nem os avisou da palermice que estavam a fazer (que se ouve perfeitamente nos auscultadores) nem foi capaz de fazer nada quanto ao som do repórter de pista.
Sim, porque o homem estava a falar no fundo de um poço.
E entre tric tric e folhas a virar, muitas vezes nem dava para ouvir o rapaz.

Se eu já não era fã do desporto da SIC, agora tembém a TVI se juntou à minha lista negra.
Valha-nos a SPORTV!


FOI PROFUNDO!

terça-feira, junho 09, 2009

Vital e a mão que treme

Escreve Vital Moreira:

"Mesmo depois do compromtedor relatório de contas do BPN, ontem puiblicado, que confirmou o enorme buraco financeiro que os contribuintes portugeses vão ter de suportar, bem como o "desaparecimento" de valiosa parte da colecção de arte do banco, o PSD continua sem se dissociar do escândalo.
Que misteriosa força impede o PSD do gesto elementar de retirar a confiança partidária aos responsáveis por tanta trampolinice financeira?"

Será que o senhor não verifica o que escreve?
Será que andou a publicar posts a correr?
"compromtedor", "portugeses" e "puiblicado" são palavras inexistentes no léxico português. Ou eram. Às tantas são mais uns neologismos do professor Marcelo.

(NÃO) FOI PROFUNDO!

quinta-feira, abril 23, 2009

A Rainha de Sabá

Ontem o comando funcionou e dei por mim a ver o telejornal da TVI.
Às vezes dá-me uma coisinha má e vejo-o mas ontem havia algo que requeria a minha atenção.

José Eduardo Moniz ia, provavelmente - mesmo muito provavelmente - reagir às palavras de José Sócrates em entrevista à RTP no dia anterior. Segundo o primeiro-ministro 

""O telejornal daTVI das sextas-feiras não é um telejornal, mas sim uma caça ao homem".

Ui que mentiroso que o Sócrates é!

É, não é?

Segundo José Eduardo Moniz, o PM usou um tom pouco próprio para o cargo que usa e o jornalismo da TVI é caracterizado pelo rigor e isenção. Moniz elogiou ainda o jornalismo de investigação do seu canal.

Gargalhada total!

Em primeiro lugar, a reacção de Moniz é feita enquanto director geral da estação e enquanto marido da visada, Manuela Moura Guedes.

Acho que não estou a dizer nenhuma mentira se afirmar que Manuela Moura Guedes se comporta como a mulher do merceeiro enquanto apresenta o noticiário das noites de sexta.

Não?

Então ela não se comporta como a mulher do merceeiro? 
Vai aviando os fregueses na caixa enquanto fala mal do presidente da câmara, do carteiro, do canalizador, do serviço demorado no centro de saúde, do médico que anda enrolado com a filha da prima do vizinho de uma senhora que ela conhece, enquanto conta que ouviu dizer que, no bairro onde ela mora, o sobrinho de uma senhora que vende bolos para fora saiu da prisão e anda a roubar vivendas e é suspeito de ter morto com 456 facadas um senhor de idade... etc.

Ora, com isto quero dizer quatro coisas sobre o jornalismo de rigor e isenção da TVI às sextas-feiras à noite.

1 - as três palavras estão desadequadas: jornalismo, rigor, isenção.

2- Jornalismo?
Considerar que a Manuela Moura Guedes está a fazer jornalismo é considerar que o Bruno Paixão e o Olegário Benquerença são bons árbitros. Que é o mesmo que dizer que todos vemos que eles são maus árbitros menos quem manda na arbitragem. E o resto entenda quem quiser.

3- Rigor? 
Engraçado. Desde quando é que a TVI deixou de ser responsável pela maior parte dos boatos em forma de notícia que saem para a opinião pública? 
Desde quando é que a TVI deixou de lançar como notícia suposições? 
Desde quando é que a TVI deixou de fazer aquilo a que Moniz chama jornalismo de investigação? Sim, é que quando se investiga só se devem revelar os factos no final dessa mesma investigação, depois de estarem confirmados, comprovados. Aquilo que a TVI faz é pegar em qualquer pista e lançar para a praça pública como notícia. 
Rigor? 
Onde?

4- Isenção? 
Realmente, não se pode acusar Moniz de não ter um sentido de humor apurado. 
Pegando no que estava a dizer no segundo ponto, Manuela Moura Guedes acha realmente que presta um grande serviço, um serviço como jornalista. 
Segundo aquilo que me ensinaram durante a licenciatura em Jornalismo, o jornalista deve reger-se pelo Código Deontológico, mas acredito que A MMG nunca tenha ouvido sequer falar de tal coisa.
Basta começar a ler o código para perceber o que estou a dizer.
Há um exemplo muito simples que se pode dar. 
Há cerca de mês e meio, o noticiário da MMG levou perto de 40 minutos com notícias a "malhar" em José Sócrates. 
Que o canal Benfica ocupe 40 minutos a falar do Mantorras ainda dá para compreender, mesmo achando estranho tanta atenção sobre um jogador, agora a TVI dedicar 40minutos ao primeiro-ministro? 
Se isso não significa nada, vou ali e já volto.

Ainda dentro desse exemplo, basta notar que MMG não gosta de informar. 
Gosta de meter sempre a sua colherada. Dá a notícia e comenta. 
É o que dá ser a primeira-dama...

Há algumas semelhanças entre MMG e a Rainha de Sabá

De acordo com a Torá e o Velho Testamento, a rainha da terra de Sabá (cujo nome não é mencionado) teria ouvido sobre a grande sabedoria do rei Salomão de Israel, e viajado até ele com presentes de especiarias, ouro, pedras preciosas, e belas madeiras, pretendendo testá-lo com suas perguntas, como está registrado no Primeiro Livro de Reis (10:1-13) (relato copiado posteriormente no Segundo Livro de Crônicas, 9:1-12).
O relato prossegue apontando a rainha como maravilhada pela grande sabedoria e riqueza do rei Salomão, e pronunciando uma benção sobre a divindade do rei. Salomão respondeu, por sua vez, com presentes e "tudo o que ela desejou"

O Alcorão, texto religioso central do islã, nunca menciona a rainha de Sabá por seu nome, embora as fontes árabes a chamem de Balqis ou Bilqis. O relato corânico é similar àquele da Bíblia; a narrativa conta como Salomão recebeu relatos de um reino governado por uma rainha cujo povo venerava o Sol. Ele enviou uma carta, convidando-a a visitá-lo e discutir sobre a sua divindade, relatada como sendo Alá), o Senhor dos Mundos (Alamin) no texto islâmico. Ela aceitou o convite e preparou enigmas para testar sua sabedoria e seu conhecimento. Então, um dos ministros de Salomão (que tinha conhecimento do "Livro") propôs trazê-lo o trono de Sabá "num piscar de olhos".

Veja-se a forma como Moniz permite que MMG faça e diga o que quer e bem lhe apetece na apresentação do noticiário.
Vejam-se as questões que MMG dirige aos seus convidados, sejam eles convidados pontuais, sejam eles Marcelo Rebelo de Sousa, Miguel Sousa Tavares ou Vasco Pulido Valente.
Veja-se a forma como ela opina a torto e a direito, esquecendo-se do seu dever de INFORMAR de forma IMPARCIAL e apoiada apenas em FACTOS.

Nota: Não é isto uma defesa das palavras de José Sócrates nem um ataque às palavras de José Eduardo Moniz. É um mero comentário que resulta das palavras de um e do outro.


FOI PROFUNDO!

sexta-feira, abril 03, 2009

Borat é clone de "tuga"

Ah ah ah! O Borat é tão original e tem tanta piada!

Não.

O Borat realmente tem piada, é uma personagem bem conseguida mas...não é original.

E não é original porque antes de Sasha Baron Cohen o colocar no ecrã já em Portugal havia uma espécie de Borat.

Não acreditam?

Então vejam com os vossos olhos se o Borat não é um clone de um artista português bem conhecido:


FOI PROFUNDO!

segunda-feira, março 30, 2009

Cuspir para o ar

Desemprego.
Uma palavra chave associada a um fenómeno muito actual que afecta uma grande parcela da sociedade portuguesa e mundial. E eu, em particular.

Não custa pegar neste tópico e criticar o governo de José Sócrates.
E não se corre o risco de não se ter razão.
A menos que se queira ter piada, ironizar e atacar sem olhar à volta e observar o local de trabalho.

Augusto Madureira, o jornalista que está a trabalhar ao serviço de Conceição Lino no programa Nós Por Cá, conseguiu meter algumas vezes a pata na poça.





1. Há que dizer que, de facto, a iniciativa foi quase insignificante. A ida do primeiro-ministro a uma empresa para oficializar 12 estágios num call-center em data incerta é uma parvoíce, uma perda de tempo. Mas Sócrates não se referia a essa acção como "A Acção" do dia. Como se percebe pelo resto da peça, a acção é uma acção global e a análise de Augusto Madureira - que eu não considero ter vista curta - só pode ser fruto de uma distorção. E um jornalista que distorce uma notícia não está a fazer um bom trabalho.

2. A piadinha dos 40000 estágios profissionais e a decomposição matemática que é feita na peça é uma estupidez incrível! Quer dizer, quando um autarca ou ministro vai lançar a primeira pedra de um edifício, também vamos fazer as contas ao número de tijolos para ver quanto tempo é que o edifício demora a conduzir tendo em conta o que o autarca ou ministro em causa demorou a colocar a pedra??? Pelo amor de Deus!

3. Criticar o primeiro-ministro pelo número de vezes que tem de dizer bom dia é o mesmo que censurar o próprio patrão que tem de cumprimentar o segurança ao passar a cancela de entrada da SIC, depois cumprimenta a senhora da recepção, e ainda tem de cumprimentar todos os jornalistas e outros trabalhadores/funcionários que lhe passam à frente. Uma perda de tempo quando podia já estar a trabalhar se simplesmente ignorasse as pessoas.

4. E porque coloquei no título "cuspir para o ar"?
Uma empresa como a SIC vive de estagiários. Estagiários que trabalham sem receber, de borla, gratuitamente, sem ver um tostão. 
Augusto Madureira deve desconhecer que uma empresa como a SIC, que continua a apresentar têm anualmente dezenas de estagiários. 
E não estamos a falar de estágios profissionais, estamos a falar de estágios curriculares, estágios não remunerados. Estamos a falar de uma rotação de estagiários que permitem à SIC poupar um dinheirão em salários. 
E, se o Augusto Madureira quisesse ser rigororoso, podia falar no facto dos estagiários da SIC não terem sequer direito a subsídio de alimentação ou de deslocações. 
E, mais até, trabalham em horários engraçados, já que o horário da madrugada é assegurado por um pivot e um estagiário e, outros, têm de entrar de madrugada para assegurar o primeiro turno do online ou porque estão na equipa da edição da manhã. Já para não falar quando lhes calha trabalhar em dias como o sábado ou domingo, normalmente chamados de "fim-de-semana".
O Augusto Madureira pode pegar na sua vontade de fazer contas e calcular quanto é que a SIC poupa por ano em estagiários.
Só na redacção a SIC/SIC Notícias "mete" semestralmente cerca de 20 estagiários que não vêm um cêntimo pelo seu trabalho.

Presumo que o Augusto Madureira desconheça que liguem da SIC aos estagiários quando aparece ou há suspeitas de aparecer a Inspecção do Trabalho em Carnaxide para que estes atrasem um pouco a chegada até ordens superiores. Este comportamento mostra o quê?

Não é invulgar ver certas peças do Nós Por Cá darem a volta ao texto para conseguirem uma história mais sensasionalista, afinal, o objectivo do programa é chegar ao povo, mas esta acaba por ser mesmo um tiro no próprio pé,

Se o Eng. Sócrates obrigasse empresas como a SIC a pagar aos estagiários, isso sim, seria um incentivo.

O problema de fazer uma peça sem olhar para o nosso umbigo é o mesmo que se passa quando se cospe para o ar. 



FOI PROFUNDO!

terça-feira, março 24, 2009

Há gente que nunca aprende

Em 1990 Frederik de Klerk aboliu o regime do Apartheid na África do Sul.
Apartheid significa "vida separada" e é de origem afrikaans.
Em 1948 passou a ser usada para designar um regime que dava todo o poder aos brancos e obrigava os povos restantes a viver à parte, impedidos pela lei de ser verdadeiros cidadãos.

Ora, honrando o seu pasado, a África do Sul rejeitou o visto ao Dalai Lama, alegando o "interesse nacional".
O Dalai Lama iria estar no país, para participar, na próxima sexta-feira em Joanesburgo, numa conferência promovida pelos organizadores do Mundial'2010.
Mais curioso é saber que a conferência estaria inserida no movimento que quer ver o futebol aliado à luta contra o racismo e a xenofobia.
E digo "estaria" uma vez que, com a ausência do Dalai Lama, a conferência de sexta-feira foi cancelada.

A China, por seu lado, deu o ar da sua graça: "Todos os países devem respeitar a soberania e a integridade territorial da China e se opôr à independência do Tibete. Apreciamos medidas desta natureza".

É estranho como certas nações não aprendem nada...nem com a própria história.


FOI PROFUNDO!

domingo, março 01, 2009

Deixem-se de mariquices!

Foi triste ligar o televisor e apanhar o discurso de um senhor chamado Horácio Cunha que, como irei expôr de seguida, passou a infância, juventude e idade adulta, fechado em casa e privado de acesso à televisão, internet, livros e qualquer outra forma que lhe pudesse dar acesso a saber algo sobre a vida animal. 
Diz o senhor Cunha - que, por acaso, é meu conterrâneo - "Nunca vi um cão a acasalar com outro cão, nem um cavalo com outro cavalo", rematando com uma bonita conclusão em que nos informa que só viu "machos a lutar pelas fêmeas".

Em primeiro lugar, se vamos para o reino animal, o que se vê são machos a lutar por território e por comida! E só não lutam por cerveja e pelo comando para ver futebol porque não sabem o que isso é. Depois disso é que aparece a luta pelas fêmeas. E, mesmo assim, acho que é só para se gabarem aos amigos: "Vês aquela cadela? Ando de volta dela!".

E isto é ponto assente.

Depois, não sei como é que o senhor Horácio, que é do distrito de Coimbra, nunca viu um cão a acasalar com um cão! 
Eu morei mais de 20 anos em Coimbra e não foram poucas as vezes em que vi cães a acasalar. Mais ainda, vi-os em rituais de "degustação olfactiva anal" e, mais romântico ainda, em demoradas lambidelas testiculares. 
Posso juntar a este relato outro não menos relevante. Quando em grupos de cães vadios, chegam a juntar-se para cima de 6 machos todos em comboiozinho, e isto vi eu com os meus olhinhos.

É que para saber estas coisas nem é preciso ser-se um Richard Attenborough ou mesmo ter qualquer interesse especial em animais!

Sendo o senhor Horácio um militante socialista, talvez pudesse adquirir um Magalhães e ir ao youtube.
Lá pode colocar "gay dog" e verá um sem número de vídeos em que cães acasalam com cães. O mesmo sucede caso coloque "gay horse". Algum dos vídeos incluem preliminares.
Se alguém conhecer o senhor Horácio, por favor mostre-lhe o que se pode ver no youtube para que o senhor Horácio Cunha, militante do PS, não viva na ignorância e não vá dizer coisas sem sentido à frente multidões e, mais ainda, estando a ser filmado para depois aparecer nos telejornais.

Senhor Horácio, este é para si:



Ah!
E os meus parabéns pela excelente argumentação anti-casamento gay.


FOI PROFUNDO!


quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Eu bem digo...explorar é que está a dar!

Depois de eu ter escrito o post sobre as reformas de luxo e outro sobre a exploração dos recém-licenciados e ter falado do papel do Estado em toda a situação, eis que a senhora ministra da educação vem tomar uma medida que me parece um sinal... um sinal singular.
Eu diria que a senhora ministra lê o meu blogue e governa de acordo com o que lê. Mas actuando no sentido oposto das críticas.

A notícia é esta:

O Ministério da Educação pretende recrutar professores reformados para, em regime de voluntariado, colaborarem no apoio aos alunos nas salas de estudo, em projectos escolares ou no funcionamento das bibliotecas.

Segundo um projecto de despacho do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, a que a Lusa teve acesso, as escolas definem no início de cada ano lectivo as suas necessidades, estabelecendo o perfil dos candidatos a recrutar e elaboram um programa de voluntariado.

O programa tem a duração de um ano lectivo, sendo renovável por iguais períodos de tempo. O trabalho do professor voluntário implica um mínimo de três horas por semana.

No final de cada ano lectivo, os professores voluntários elaboram um relatório anual da sua actividade, no qual deve constar uma autoavaliação.

Para a coordenação do trabalho voluntário será criada ao nível de cada Direcção Regional de Educação uma estrutura própria.

As áreas de intervenção do professor voluntário incluem ainda o apoio à formação de professores e pessoal não docente, o planeamento e realização de formação para pais, o apoio a visitas de estudo e o envolvimento em projectos de melhoria da sociedade local.

No texto do projecto de despacho, o secretário de Estado da Educação afirma que o "trabalho dos docentes aposentados se constituirá como uma actividade assente no reconhecimento das suas competências científicas, pedagógicas e cívicas, exercida de livre vontade, sem remuneração, numa prática privilegiada de realização pessoal e social".

A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) já criticou a iniciativa do Governo, afirmando que aquelas actividades "deveriam ser da responsabilidade dos professores no activo", com os quais, no entanto, as escolas "não podem contar". Por outro lado, afirma que a medida "economicista" poderá "remeter para o desemprego jovens professores".

"Não se questiona, para as escolas e as comunidades, das actividades que são referidas (...), discorda-se é que, para as desenvolver e assumir em pleno, o ME, em vez de criar as indispensáveis condições às escolas dotando-as dos recursos que lhe fazem falta, pretenda, através do trabalho gratuito dos docentes aposentados, substituir aqueles que nelas deveriam ser colocados", afirma a FENPROF.

Em comunicado, a estrutura sindical afirma que este voluntariado não deverá conseguir muitos adeptos, uma vez que "um dos motivos de afastamento de muitos professores aposentados" das escolas é "a natureza e o rumo da política educativa do Ministério da Educação".

O projecto de despacho foi remetido para o Conselho das Escolas, tendo em vista a emissão de um parecer, e para as direcções regionais de educação. A Lusa tentou sem sucesso contactar o presidente deste órgão consultivo do Ministério da Educação, Álvaro Almeida dos Santos.

Como se não bastasse o regime quase esclavagista em que se vive mal se sai da universidade, como se não bastasse o constante braço de ferro entre governo/patronato e os funcionários quando se trata de dar um aumento a quem trabalha, eis que o ministério da Educação teve a ideia peregrina de pôr a trabalhar EM VOLUNTARIADO - um bonito sinónimo para "de graça" - quem já está na reforma.

Estes senhores políticos são mesmo chicos-espertos ou simplesmente o cérebro pára-lhes frequentemente????

Fico com um certo apetite de juntar às duas temáticas abordadas previamente uma nova.
A idade da reforma vai avançando, as pessoas têm de estar cada vez mais anos nos seus trabalhos até ter direito ao merecido descanso e, agora, quando o obtm vem uma senhora qualquer que meteram no governo dizer que vão ter de ir trabalhar de borla????

Porque é que o senhor Presidente da República não trabalha de borla? Ele é reformado!
Porque é que os senhores administradores de empresas públicas ou com participação do Estado não trabalham de borla? Eles são reformados!
Porque é que os senhores juízes reformados não são chamados para fazer umas horinhas por semana gratuitamente? Eles são reformados!

A lógica é espremer até ao tutano quem tem reformas normais ou miseráveis?

Que falta de vergonha na cara!

Ah! Tive uma ideia daquelas mesmo altamente inteligentes e que não passam pela cabeça de ninguém!
E que tal se pegassem nos professores que estão no desemprego e LHES PAGASSEM para fazer essa tarefa?
Sim, é verdade, é preciso ser um iluminado para pensar em algo tão complexo e que não envolva ir explorar quem já andou uma vida a trabalhar para ter um salário no final do mês e agora pode finalmente gozar a sua reforma!


FOI PROFUNDO!

Dispenso...

Porque tudo o que é dito é dispensável...
Porque tudo o que é escrito é dispensável...

Este é um blog onde se fala a sério e se brinca.
Quem não goste de ironia ou sarcasmo que feche esta página rapidamente!
Aqui ninguém tem razão.
Eu não pretendo estar certo, pretendo observar e pretendo fazê-lo de uma forma atenta e crítica...de uma forma dispensável.

Dispenso...um blog dispensável.

pessoas já dispensaram um tempinho para dar uma espreitadela