quinta-feira, outubro 22, 2009

Proença-a-Maitê

É complicado começar uma dissertação quando há tanto que dizer sobre um assunto tão tolo como o que foi espoletado pelo aparecimento do vídeo de Maitê Proença.
1) Grande lata tuga! Com tudo o que se diz sobre os brasileiros (e especialmente sobre as brasileiras) é preciso ter uma enorme “cara de pau” para vir com as criticas que se ouviram e leram! E não sei o que é mais criticável. Aqueles que falam sempre mal dos brasileiros e mal podem vão passar férias a terras de Vera Cruz ou aqueles que falam sem qualquer conhecimento de causa do que é o Brasil como nação.
2) A mesquinhez de quem diz que Maitê cuspiu num monumento nacional. Não, o que ela fez foi estúpido, é verdade, mas ela estava a tentar imitar o repuxo. Foi infantil, isso sim.Dificilmente iria conseguir fazer o repuxo com saliva. Cuspir ou escarrar para o chão é um bom hábito tuga. Onde vai cospe para o chão, escarra e se puder também faz uma mijinha no canto mais próximo. E não está preocupado se é monumento nacional ou não! Santa hipocrisia!
3) Tendo morado no Brasil reparei que o normal é contarem as mesmas piadas de portugueses que nós contamos sobre alentejanos ou loiras. Uma parte da população conta piadas porque lhas contaram e acham que os portugueses têm todos bigode e se chamam Joaquim ou Manuel e não tomam banho. Por norma são analfabetos. Há uma outra parte que tem conhecimento de vários factos sobre Portugal e conta as anedotas com o mesmo espírito com que os portugueses contam as anedotas de alentejanos. Outra parte conta anedotas sobre portugueses de uma forma maldosa, encarando os portugueses como invasores, povo colonizador e agressores, contam-nas com ressentimento e maldade. Mais ou menos como se contavam aqui pelo burgo as típicas anedotas que começavam por “era uma vez um português, um francês e um inglês”. Este tipo de piadas é baseado num estereotipo (em boa regra um estereotipo está errado no sentido em que generaliza sem ter em atenção determinadas particularidades e raramente se actualiza) e tal como o alentejano é preguiçoso e a loira é burra, o português é burro e preguiçoso e não toma banho e tem bigode e diz “pá” em todas as frases. Já o brasileiro é ladrão, é mentiroso, é fingido e trapaceiro. Ou então dedica-se à prostituição. Aliás, todas as brasileiras se dedicam à prostituição. Há umas que são telefonistas. Mas são putas nos tempos livres. Outras são publicitárias. Mas putas nos tempos livres. E umas são massagistas. Mas é só uma fachada porque em boa verdade são putas. E mesmo as executivas são putas. Putas finas. Já para não falar que todo o brasileiro é um filho da puta. Especialmente se for jogador de futebol e falhar um golo ou marcar à nossa equipa. A sério, acham mesmo que o que a Maité disse foi assim tão mau? Pensem bem.
4) Relativamente ao desconhecimento de Maité sobre factos da História de Portugal, acho normal. Também acho que quando não se sabe mais vale estar calado. Mas devo referir que acho incrível o nível de conhecimentos sobre Portugal que têm muitos estudantes universitários brasileiros. Obviamente que o que a senhora disse foram calinadas de meia-noite, mas será motivo para tanta indignação? Aposto que muito do povão que lançou as mais ferozes farpas à actriz não deve saber muito mais que qualquer brasileiro com pouca cultura sobre a história nacional.
5) Acho ridículo o ódio que se coloca em determinadas interpretações luso-brasileiras. Os portugueses adoram passar férias no Brasil, montar negócios no Brasil e também veneram jogadores brasileiros e muitos portugueses recorrem a “profissionais” brasileiras…da mesma forma que recorremos à criatividade dos publicitários brasileiros, que metemos um brasileiro à frente da TAP, que se devoram novelas brasileiras ou que se ouve música brasileira aos pontapés. Os brasileiros gostam de vir trabalhar e estudar em Portugal e gostam de receber os euros portugueses, vivem a experiência religiosa que os portugueses levaram para o lado de lá do oceano de uma forma fervorosa… e falar nas raízes portuguesas ou de dizer que gostam muito de fado e que o Cristiano Ronaldo é lindo!
6) Não entendo porque surgem os movimentos para boicotar as novelas e projectos em que entre a Maitê Proença. Há 8 anos ou mais que não vejo novelas. Aliás, não há nada mais irritante do que eu a perguntar aos meus pais “mas esse afinal é casado com quem?” enquanto eles seguem avidamente mais uma historieta made in Brasil. Eu optei por não ver mais novelas brasileiras ou portuguesas e estou satisfeito com a minha opção. Se não querem ver novelas com a Maité têm bom remédio. Vão ver as belas novelas tugas com banda sonora do Toy ou do Paulo Gonzo, com actrizes e actores fraquinhos à mistura com o Ruy de Carvalho…
7) Por fim, relembro um programa do Gato Fedorento em que a Maité esteve simplesmente soberba e toda a gente riu. É claro que isso era no Gato Fedorento. Porque, como dizia há uns tempos um comediante americano, o Eddie Murphy pode gozar com os pretos. Ele é preto! Já um branco a gozar com pretos é racismo. Mesmo que digam o mesmo. O problema aqui é quem disse, não é o que foi dito.
8) Não batam mais na Maitê. A senhora anda ou andou metida com o Miguel Sousa Tavares. Acho que deve ser difícil arranjar castigo mais cruel.

FOI PROFUNDO!

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