quarta-feira, setembro 03, 2008

(In)Segurança

Virou moda assaltar postos de abastecimento de combustível, o que, para quem não sabe, é o mesmo que bomba de "gasolina", só que tem um nome mais pomposo e inclui o facto do estabelecimento vender mais que gasolina.

A "coisa" é tão fácil que os gatunos já atacam lugares impensáveis como as "bombas" na 2ª Circular ou as bombas à saída da Ponte Vasco da Gama, locais que normalmente têm sempre movimento, até durante a madrugada.

Diz o povo que "depois de casa roubada trancas à porta".

Neste caso as trancas andam a ser alvo de discussão e, enquanto isso, mais postos são assaltados.

Os senhores donos dos estabelecimentos receberam de braços abertos a sugestão do Governo que aconselhava a contratação de empresas de segurança, no entanto acham que deve ser o Estado a suportar os custos com a segurança.

Boa!

E porquê?

Porque compete ao Estado assegurar a segurança dos cidadãos (passe o pleonasmo).

Como diria o Sócrates (ou Engenheiro, para os amigos), porreiro, pá!

Quer dizer, se formos sair à noite vemos que as discotecas têm seguranças. Também deviam ser pagos pelo Estado. Se formos a uma Queima das Fitas, o recinto tem seguranças. Também deviam ser pagos pelo Estado. Se formos a um estádio ver um jogo de futebol, também há seguranças (e quantos!). Também deviam ser pagos pelo Estado. A escola de condução onde tirei a carta tinha seguranças. Também deviam ser pagos pelo Estado. O edifício onde eu trabalho também tem seguranças. Também deviam ser pagos pelo Estado.

Afinal, os seguranças servem para...dar segurança. Aos cidadãos? Não é bem isso, mas está sempre inerente às suas funções.

Um segurança de um carro blindado de transporte de valores assegura que o veículo e o que este contém chega ao seu destino e cumpre o objectivo; um segurança num estádio assegura que o jogo decorre sem incidentes; um segurança numa Queima das Fitas assegura que ninguém entra sem bilhete; um segurança num edifício também controla quem entra e quem sai.

Um segurança num posto de abastecimento protege o posto e tudo o que este inclui. Ou seja, os trabalhadores, os utentes e, especialmente, os bens materiais que pertencem ao dono do estabelecimento.

Ou seja, ao contratar uma empresa de segurança após esta onda de assaltos qual é o objectivo? Dar segurança aos cidadãos? Ou evitar que se continue a roubar o recheio destes estabelecimentos?


É que estes senhores que têm andado a ser roubados são os mesmos que têm andado a roubar os portugueses com os aumentos nos preços dos combustíveis.

Já diz o ditado (mais um):

Ladrão que rouba ladrão...



FOI PROFUNDO!

Sem comentários:

Dispenso...

Porque tudo o que é dito é dispensável...
Porque tudo o que é escrito é dispensável...

Este é um blog onde se fala a sério e se brinca.
Quem não goste de ironia ou sarcasmo que feche esta página rapidamente!
Aqui ninguém tem razão.
Eu não pretendo estar certo, pretendo observar e pretendo fazê-lo de uma forma atenta e crítica...de uma forma dispensável.

Dispenso...um blog dispensável.

pessoas já dispensaram um tempinho para dar uma espreitadela