O seu autor foi o Dr. Francisco Pinto Balsemão e proferiu esta bonita expressão para dar conta daquela que era a sua visão da SIC aos jornalistas que se encontravam na redacção da SIC/SIC Notícias .
Confesso que na altura não fiquei escandalizado mas fiquei bastante desiludido por saber que o "dono" da SIC via o jornalismo como uma produção em série de notícias, como uma indústria destinada a conceber algo que se vende posteriormente.
Recordei esta expressão depois de, há coisa de uma semana atrás, ter visto o Jornal da Noite da SIC abrir com cerca de DEZ notícias de crimes. Conseguiram ir buscar um crime numa aldeiazinha escondida, mais uns "crimes menores" e está feita uma onda de crime!
E o que vende mais que uma onda de crime? Só uma onda de sexo - nunca se ouviu falar de tal - ou uma onda de transferências de jogadores para o Benfica - tal como aconteceu este ano.
Sangue, violência, sexo, escândalos, celebridades (e pseudo-vedetas) e futebol são produtos que têm sempre uma enorme saída, são sucessos de venda garantidos.
Mas o que podemos esperar da comunicação social de hoje em dia?
Peguem num 24 Horas ou num Correio da Manhã, vejam os telejornais da TVI e da SIC. O que encontram?
Notícias FABRICADAS.
Sim, fabricadas.
E se pegarmos num jornal desportivo o cenário é deprimente! Boatos e boatos e boatos e mais boatos, trocas de insultos, "fait divers" e um monte de tricas que não interessam nem ao Menino Jesus.
Parece que uma pessoa anda 4 anos na faculdade a aprender os fundamentos do BOM jornalismo e depois, se quiser trabalhar, tem de os esquecer ou contornar. Porque o jornalismo ainda é controlado pelos senhores endinheirados, pelas administrações, que acham que o jornalismo tem como principal função dar lucro ao órgão de comunicação.
O jornalismo serve para INFORMAR!As notícias não são feitas nem fabricadas nem construídas!
O texto que permite ao jornalista transmitir os FACTOS, os ACONTECIMENTOS é que é construído, mas sempre de forma rigorosa e verdadeira e assente em princípios éticos e deontológicos.
Mas tudo o que eu escrevi no parágrafo anterior é o oposto do que rege muitas redacções hoje em dia.
FOI PROFUNDO!
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