terça-feira, janeiro 27, 2009

A primeira vez de Mário Crespo

Eu sei que o título apela ao lado mais perverso do leitor, mas desengane-se quem espera algo mais caliente.

Porquê a primeira vez de Mário Crespo?

Porque foi a primeira vez em que o vi a entrevistar alguém e me senti defraudado.

Ontem o entrevistado foi o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira.
Em 2002 - ano da tão debatida aprovação da Declaração de Impacto Ambiental e da alteração dos limites da ZPE do Estuário do Tejo - Pedro Silva Pereira era secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza e, por isso mesmo, foi uma boa escolha de Crespo para clarificar uma série de situações que têm andado a ser usadas num ping-pong de acusações e suspeições e sua respectiva defesa.

Ora, inicialmente, Mário Crespo conseguiu fazer as perguntas fundamentais para desmistificar e clarificar todo o processo burocrático (vou chamar-lhe burocrático quiçá erradamente mas tenho a péssima tendência de achar que tudo o que meta papeladas para resolver seja o que for acaba por ir dar em burocracia).

Tal como elogio o nível das perguntas, também me parece de elogiar a clareza das respostas.
Sabem quando - muito raramente - um político fala e explica algo e não ficamos com a impressão que ele está a inventar e a tentar enrolar o entrevistador e quem assiste à entrevista?
Pois bem, foi essa a impressão com que fiquei.

E onde foi que o Mário Crespo me desiludiu?

Foi quando decidiu arrancar para os "fait-divers".
Então fulana era prima?
E fulano era tio?
E o outro não era filho do tio?

Realmente isso é o que tem andado por toda a comunicação social e não discuto - tal como Pedro Silva Pereira não discutiu - a veracidade/falsidade dessas relações familiares metidas com negócios e reuniões e sabe-se lá o que mais. Ele remeteu isso para as investigações judiciais/judiciárias. 

O problema é do Mário Crespo.
O problema é que o homem nos habitou a ser de uma galáxia diferente, a ter um estilo diferente.
E quando o vemos a cair nas perguntas banais acaba por ser triste.
Mas bem se viu que não é nada o seu estilo tanto que, a páginas tantas, se viu meio atrapalhado, algo que foi notório quando o próprio pergunta ao ministro da Presidência se o tio do primeiro-ministro é tio do primeiro-ministro.

Devo terminar com dois ditados populares:
"No melhor pano cai a nódoa" ou "a excepção confirma a regra".

Qualquer um deles é demonstrativo da minha opinião acerca do jornalista Mário Crespo.
E que a próxima entrevista seja como o MC sempre me/nos habituou.


FOI PROFUNDO!

Sem comentários:

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