terça-feira, julho 31, 2007

Paus de dois bicos do jornalista


O novo Estatuto do Jornalista, ao que parece de acordo com o que tenho lido, vem acabar com a protecção das fontes. Agora, o jornalista não pode oferecer à fonte o anonimato.
Ou melhor, pode oferecer, mas caso as autoridades queiram saber a identidade da fonte o jornalista tem de a revelar.
Este facto tem duas “nuances”.
Em primeiro lugar, porque é que o jornalista passa a ter a obrigação de revelar as suas fontes e advogados, médicos e padres podem oferecer o sigilo proporcionado pelos seus ofícios?
Em segundo, segundo uma outra perspectiva, a protecção das fontes acaba por ser um precioso trunfo do jornalista mas, ao mesmo tempo, um dos maiores cancros da profissão.
Por um lado, o facto de não ter de divulgar a fonte, permite ao jornalista obter importantes informações que não conseguiria de outra forma, por outro, o mau jornalismo tira partido deste “instrumento”, quer inventando notícias, quer publicando outras de fontes duvidosas ou de interesses duvidosos.
Algo que me indigna de sobremaneira é a questão do segredo de justiça. Fala-se muito das notícias divulgadas na comunicação sobre assuntos que estão em segredo de justiça. A defesa dos jornalistas, editores e órgãos que as divulgam é, no mínimo, ridícula. O jornalista não está sob a alçada do segredo de justiça, a fonte que transmite as informações “proibidas” é que cometeu o pecado da revelação de informações confidenciais.
Ou seja, o jornalista, que deve ser um profissional informado, por dentro das questões da justiça, sabendo que um assunto está em segredo de justiça, divulga-o na mesma. Por inocência? Ou será pelas leis da concorrência e da guerra das audiências?
Fico desiludido com a hipocrisia de quem se escuda num argumento que é quase insultuoso para o público e para a classe. Um jornalista que usa este argumento está a “sacudir a água do capote” recorrendo a uma verdade que se baseia na ignorância.
Vou tentar recorrer a uma analogia claramente hiperbólica.
Imaginemos que estamos a passar ao pé de um banco que está a ser assaltado. O ladrão sai com uma mala cheia com milhares de euros e, vendo que a polícia está perto, passa-nos a mala para a mão. Nós não roubámos o dinheiro, foi o ladrão, foi ele que cometeu o crime, a ilegalidade… Será que isso nos dá legitimidade para ficar com o dinheiro? Será que alguém o faria?
Não me parece.
Para já ficam estas considerações e uma promessa. Vou dar uma vista de olhos no documento tão falado do novo estatuto e mais posts surgirão.

FOI PROFUNDO!

sábado, julho 21, 2007

Começo a detestar a polícia


Moro numa zona onde todos os dias por volta das 10 da manhã passa um grupinho de polícias a cavalo...passam mesmo à minha janela e o barulho é tanto que parece que andam a passear à volta da minha cama.

Ultimamente tem sido ainda pior.

Deve haver algum ciclo de conferências na FIL (ainda não fui espreitar nem lá nem no google) com personalidades famosas/ do governo / da política internacional, ou são as típicas reúniões do pessoal da UE realizadas no Pavilhão Atlântico, então tenho de levar com as sirenes de umas 10 motos da polícia de cada vez, a fazer escolta de um, dois ou três carros.

E, atenção, as sirenes estão ligadas à ida e à volta, ou seja, são doses duplas de sirenes a entrar pelos ouvidos e a moer o meu cérebro.

Mas para quê tanto aparato?

Não bastava ligarem o sinal sonoro apenas no caso de estarem carros a impedir a passagem? Ainda agora fui à janela e estava um carro, UM CARRO, um mísero carro na via da direita para entrar para uns apartamentos, pois os senhores da polícia vieram durante 100 metros com as sirenes ligadas!

Mas será que acham que são engraçados?

É que aquilo de útil não tem nada!

P.S. Não tenho nada contra os polícias, apenas contra o protocolo que eles têm que seguir e contra o percurso escolhido para andar com os cavalinhos.


FOI PROFUNDO!

De volta...

Lisboa, 2:15 da manhã.

Estou de volta a casa, com uma fome imensa e passo pelo Mc Donalds, essa casa de pasto norte-americana.

Paro no McDrive e atrás de mim está um "xunning" num polo antigo todo "kitado", com três gajos com bonés à mauzoes. O condutor acelera, armado em macho a meio da fila, uma, duas três...dez vezes, até fazer aquele barulhinho bonito que dá status social no planeta dos "xunnings".

O carro vai abaixo. Não liga. Os dois amigos saem, envergando os seus bonitos chapéus e empurram o carro.

Sorrio, pago, pego no saquinho com um haburguer e um pacote médio de batatas e vou conduzo para casa.

À saída do mc drive, cruzo-me com um polo preto, com quatro pretos (cidadãos de raízes africanas, se preferirem), três deles de oculos de sol.

São 2:30 da manha

Acho que vou reactivar o blog, há muito por onde escrever.


FOI PROFUNDO!

Dispenso...

Porque tudo o que é dito é dispensável...
Porque tudo o que é escrito é dispensável...

Este é um blog onde se fala a sério e se brinca.
Quem não goste de ironia ou sarcasmo que feche esta página rapidamente!
Aqui ninguém tem razão.
Eu não pretendo estar certo, pretendo observar e pretendo fazê-lo de uma forma atenta e crítica...de uma forma dispensável.

Dispenso...um blog dispensável.

pessoas já dispensaram um tempinho para dar uma espreitadela